Por Wilson de Carvalho

Homenagem: 7 de Abril – Dia do Jornalista.

Escreveria um livro sobre a profissão de jornalista, a mais fascinante, apesar das manipulações dos dias atuais e de ter perdido a força como quarto poder. Dinheiro eu não ganhei a não ser para viver dignamente. Mas a gratificação foi enorme, principalmente pelo conhecimento de praticamente todo o planeta.

No Kuwait, onde fiz reportagem com Zagalo e Parreira, juntos no comando da seleção. Os árabes só perguntavam por Pelé. Há mais de quatro décadas. Bom recordar. (Arquivo pessoal)

No fascinante Oriente Médio, fui entrevistado para falar dos encantos do nosso Brasil e também de Pelé. No Irã, pisei nas ruínas de Persépolis, onde Alexandre o Grande se notabilizou. Em Budapest, me apaixonei pela húngara Brizdo e, não fosse a proibição imposta ao povo pela ex-União Soviética, ela teria vindo comigo e acabado com a nossa vida de solteiro. . . Momentos fantásticos vividos, em especial, na cobertura de cinco Copas do Mundo.

E como pude fazer amigos. Dentro e fora de campo.

Em Persépolis – Irã, onde Alexandre, o Grande, tinha a sua base para o que não conseguiu: a obsessiva conquista do mundo. Foi um dia de muita reflexão. Estava em viagem de três meses pela Europa o Oriente Médio, cobrindo a seleção brasileira sub-20 para o Jornal dos Sports e O Dia. (Arquivo pessoal)

Hoje, se chegar em Paris, por exemplo, não precisarei ficar em hotel. Viagens incríveis, muitos prêmios e furos de reportagem, hoje, quase inexistentes. Também sofri ameaças de morte, por telefone, nas coberturas do Roubo da Jules Rimet e da Máfia da Loteria. Demais, demais.

Reunião da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI): Daniel Mazola, Alcyr Cavalcanti, Hermano Gonçalves, Lênin Novaes, Wilson de Carvalho, Modesto da Silveira, Sérgio Caldieri e Orpheu Salles – 2012. (Crédito: Iluska Lopes / Tribuna da Imprensa Livre)

Vivi também a fantástica transformação para a era da internet. Da máquina de datilografia ao computador.

Obrigado, jornalismo.

Obrigado, meu Deus, por me fazer jornalista.


WILSON DE CARVALHO – Jornalista e escritor, colunista do Jornal Tribuna da Imprensa Livre, ex-secretário da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Três livros publicados, cobertura de cinco Copas do Mundo, campeão de prêmios de reportagens esportivas no Estado do Rio, nos anos 80 e 90. Entre os grandes jornais, só não trabalhou em O Globo. Um dos principais ícones da crônica esportiva e do Jornal dos Sports e O Dia, veículos onde ganhou a maioria dos prêmios, entre eles, duas Bolas de Ouro, e em inúmeras séries de reportagem, tais como “Máfia da Loteria”;  “Roubo da Jules Rimet”; “No futebol não tem mais ninguém bobo” e “Pelé não teme o dia em que deixar de reinar e voltar a ser Edson”.

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