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A Raiva e as Redes Sociais – por Michelle Meneses
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Colunistas, Política

A Raiva e as Redes Sociais – por Michelle Meneses

Por Michelle Meneses

Está todo mundo com Raiva de Todo Mundo.

O brasileiro está esgotado fisicamente e mentalmente.

Então seria esse o motivo para despejar tanto ódio nas redes sociais?

Acreditávamos que após 2 anos de Pandemia da Covid19, com mais de 650 Mil Brasileiros Mortos, muito sofrimento, dor e lágrimas, sairíamos dessa crise mais fortalecidos, solidários e resilientes!

Porém não é isso que aconteceu; hoje vivemos num país marcado pela tensão e as redes sociais amplificaram esse clima de intolerância.

No mundo virtual somos todos felizes, agradáveis e politicamente corretos.

Mas basta um assunto polêmico tomar conta das redes sociais, e nos tornamos animais selvagens, cada qual defendendo suas opiniões com unhas e dentes.

Não importa se temos ou não capacidade para opinar sobre determinado tema; mas o importante mesmo é demarcar o terreno da nossa opinião, tal qual um animal raivoso.

Já não existe a racionalidade e a ponderação, mas só a necessidade feroz de dar voz às nossas Verdades Absolutas.

Como bem disse o grande escritor José Saramago” O drama não é que as pessoas tenham opiniões, mas sim que as tenham sem saber do que falam.”

As redes sociais são o campo de batalha para discussões acaloradas e muitas vezes agressivas!

Mas será que precisamos dar Opinião sobre tudo o que acontece no mundo?

Será que realmente vale a pena dizer Tudo o quê pensamos?

Essas são perguntas que deveríamos fazer, antes de agredir e desmerecer a opinião do outro.

Opinião sem conhecimento sobre o assunto não passa de “achismo”.

Ao longo destes 2 anos de Pandemia, foram tantas discussões vazias e inúteis nas redes sociais brasileiras, que causaram um certo cansaço e desconforto em interagir com o outro.

Cordialidade, educação, empatia e respeito são princípios que há muito tempo deixaram de conduzir às relações humanas, sobretudo no mundo virtual.

Amizades são destruídas na velocidade de um clique na tela do celular!

A animosidade, a raiva, o ódio e a insatisfação são sentimentos gerados e disseminados nas redes sociais, dificultando cada vez mais o convívio social, seja ele virtual ou pessoal.

Hoje o Legal é “ver o circo pegar fogo”, é a briga do vizinho, o soco na cara da celebridade, o horror da guerra, o sem teto “pegador”, as barbaridades ditas pelo Presidente da República, dentre tantas outras atrocidades que vivenciamos, mas que estão sendo normalizadas e banalizadas.

O Brasileiro perdeu a capacidade de se indignar, de se importar com o seu país, vivemos numa espécie de “salve-se quem puder”.

O ódio permeia as relações pessoais, principalmente nas redes sociais.

Nos tempos sombrios em que vivemos, as pessoas têm dificuldade em refletir sobre às consequências de seus atos e de suas palavras.

Nos tornamos uma sociedade líquida, de sentimentos vazios, movida à reações impensadas contra o outro.

Os discursos “bonitos” e “politicamente corretos” não batem com o Discurso de Ódio despejado diariamente nas redes sociais.

O povo brasileiro, antes generoso e alegre, nos últimos tempos, se mostrou uma nação de gente raivosa, insensível ao sofrimento do próximo e que embrutecida pela violência de um país extremamente desigual, tornou-se uma nação hostil.

Somos Todos Sobreviventes da Pior Pandemia dos últimos 100 anos, e por que agimos movidos pelo Ódio e Ressentimento?

Por que deixamos as relações pessoais se deteriorarem?

O Brasil atravessa um dos piores períodos de sua história, a sociedade está dividida, empobrecida e embrutecida, já não temos o sentimento de pertencimento à mesma Nação.

Tomados pelo ódio não conseguimos vislumbrar um futuro promissor e de convivência amistosa.

O momento é de escolhas e de decisões: Ou vivemos alimentando a insatisfação raivosa ou assumimos o compromisso de tentarmos uma convivência menos reativa e mais harmoniosa.

A escolha é sua, é nossa!

MICHELLE MENESES – Advogada, Cientista Política, Escritora, Mãe de 4 filhos e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre.


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