Por Miranda Sá –
“A geometria é a ciência de todas as espécies possíveis de espaços” (Immanuel Kant)
Havia na Grécia antiga uma escola filosófica em cujo frontispício se lia: “Quem não souber geometria não entre por esta porta”. Nos meus tempos ginasianos tive um professor que nos inculcou postulados e teoremas com tanta insistência que nos enlouquecia…. Mas por isto, sei de cor até hoje os postulados da geometria plana, os teoremas pitagóricos e de Tales, e a relação do triângulo com as retas e paralelas…
Geometria, como um verbete dicionarizado, é um substantivo feminino de etimologia do grego antigo, γεωμετρία; geo- “terra”, -metria “medida”. Uns a classificam como ciência, outros como um ramo da Matemática. Significa comumente, estudo da medida das linhas, das superfícies e dos volumes.
Em todos estudos científicos os vários tipos de geometria estão presentes influenciando pesquisas e seus resultados. É indispensável na arquitetura, na astrologia, na astronáutica e na navegação. Newton nos mostrou com precisão os planetas sobre as tangentes das suas órbitas…
Na geometria, o mistério da esfera, a complexidade do cone e a perfeição da circunferência se rivalizam com o triângulo equilátero. Estas figuras fizeram Euclides dizer que “Deus fez geometria por toda parte”; projetando do seu tempo para os nossos dias o reconhecimento de um deus com precisão matemática…
O triângulo equilátero é mágico. É usado como símbolo reverenciado desde a antiguidade; aparece em todos os textos sagrados das chamadas grandes religiões, sacralizando o número 3 ao representar a divindade pela trindade.
No antigo Egito adorava-se Ísis, Osíris e Hórus; o hinduísmo tem Brahma, Vishnu e Shiva; e o cristianismo e o islamismo possuem Pai, Filho e Espírito Santo.
O ocultismo venera o Delta Luminoso, um triângulo duplicado trazendo no centro o Olho de Rá que tudo vê, e é adotado pela Franco Maçonaria, reverenciando o Grande Arquiteto do Universo no Painel da Loja.
O Triângulo além de aparecer nas artes, nas ciências e nas religiões, também está presente no dia a dia das pessoas, como tese, antítese e síntese; trazendo os ângulos positivo e negativo da convivência, do bem e do mal na vida social.
Oferece-nos o discernimento da realidade e o conhecimento dos indivíduos que nos cercam, particularmente na triarquia dos poderes republicanos, este triângulo obscuro que contraria o que preconizou Montesquieu, pois são iguais apenas nos desígnios do auto favorecimento e privilegiando os achegados.
É o que assistimos, infelizmente, no Brasil, vendo a livrança dos corruptos pelo Executivo, Judiciário e Legislativo. Só não enxergam isto, os que sofrem da cegueira do fanatismo ou são comprometidos com os esquemas da corrupção do lulopetismo, esta praga que atravessou o tempo e é aproveitada ainda hoje por corruptos que vieram depois.
As figuras que controlam as casas do Congresso e transitam nos corredores palacianos mostram diuturnamente as suas tendências para o avanço na coisa pública. Resta-nos a esperança de que a Geometria lhes ofereça a clareza do raciocínio e estimule a reconquista dos valores éticos negados pelos que pregam a falácia do “quanto pior, melhor”.
Que se faça tudo, e se faça com patriotismo em novas ações populares para derrubar os falsos deuses que ocupam nichos da catedral dos nossos sonhos, substituindo-os pelo triângulo do Amor, da Ordem e do Progresso.
MAZOLA
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