Por Jeferson Miola

O general Fernando Azevedo e Silva alegou “problemas de saúde” para “desistir” do cargo de Diretor-Geral do TSE. Nem o médico particular dele, e, tampouco, ele mesmo, acreditaram no motivo inventado.

Saber se o general desistiu ou se “foi desistido” do TSE é fundamental, não se trata de mero exercício ou interesse especulativo.

O tom do ministro do STF Edson Fachin em entrevista à Globo News [21/2] – alarmista e perturbador – reforça uma sensibilidade que há tempos muitos de nós temos alertado: de que o pouco que ainda resta de democracia no Brasil está acossado pela escalada fascista-militar.

A crítica, nos veículos da mídia não-hegemônica, a respeito da presença do general no TSE, pode ter provocado uma meditação dos ministros sobre as ameaças que pairam no ar.

A fala do Fachin passa a impressão de que os próprios ministros do STF perceberam a arapuca que significa a presença do general Fernando Azevedo e Silva no TSE.

Fica a impressão de que os ministros finalmente se deram conta que o general Azevedo e Silva estava sendo, outra vez, como foi na gestão Toffoli, na eleição de 2018, um cavalo de Tróia da cúpula militar para tutelar o sistema e garrotear a democracia.

Qualquer que seja a resposta à dúvida sobre o significado da fala do Fachin, o simples alerta do ministro mostra que tem uma atmosfera de caos, ameaça e descontrole no ar.

JEFERSON MIOLA – Jornalista e colunista, Integrante do Instituto de Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre (Idea), foi coordenador-executivo do 5º Fórum Social Mundial


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