Por Siro Darlan –
O Brasil é um território sendo devastado pela especulação financeira e imobiliária. Enquanto se devasta a Amazônia e o pantanal, nas grandes cidades, morros, encostas e a floresta Atlântica é destruída ao som dos tratores e moto serras. Enquanto as árvores são derrubadas arranha céus são levantados para beneficiar contratos milionários que geram tanto dinheiro quanto danos ambientais.
Enquanto no país os desmatamento destrói culturas dos povos originários, provoca o aquecimento global, morte de animais, escassez de água, em nossa Cidade a Associação Batista vende parte de seu terreno ao grupo Opportunity que está derrubando 340 árvores nativas para construir um empreendimento imobiliário de 240 unidades. Nesse local, tem uma fauna e uma flora bem diversificada e os ninhos não estão sendo retirados e derrubados junto com as árvores. Os macaquinhos que lá habitavam estão muito agitados e procurando seu habitat natural, agora destruído.
A devastação do Brasil começou em 1500, quando aqui chegaram os exploradores e invasores das terras indígenas, e contam com o beneplácito das autoridades encarregadas de zelar pela vida e pelo meio ambiente. Não haveria esse empreendimento devastador da fauna e da flora, se não tivessem obtido a licença da Prefeitura.
Também é o poder público o responsável pela concessão para a iniciativa privada do parque Jalapão, no Estado de Tocantins que propiciou a retirada dos povos quilombolas que ali residem há mais de um século e casou danos ao patrimônio ambiental.
O Supremo Tribunal Federal está julgando a questão do “Marco Temporal” para fixar os direitos dos povos originários a partir de certo marco cronológico. É o mesmo que declarar que se você tem um imóvel a partir de 1988 Constituição Federal, se alguém invadir e tomar seu imóvel, o ladrão será beneficiado e premiado com o produto do furto. Assim é a nossa história.
Essa terra não era de ninguém, era dos indígenas que dizimamos, escravizamos, roubamos sua cultura, impomos o idioma do invasor e ainda decidimos segundo as leis do colonizador que os índios não têm direito as suas terras.
SIRO DARLAN – Editor e Diretor do Jornal Tribuna da imprensa Livre; Juiz de Segundo Grau do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ); Mestre em Saúde Pública, Justiça e Direitos Humanos na ENSP; Pós-graduado em Direito da Comunicação Social na Universidade de Coimbra (FDUC), Portugal; Coordenador Rio da Associação Juízes para a Democracia; Conselheiro Efetivo da Associação Brasileira de Imprensa; Conselheiro Benemérito do Clube de Regatas do Flamengo. Em função das boas práticas profissionais recebeu em 2019 o Prêmio em Defesa da Liberdade de Imprensa, Movimento Sindical e Terceiro Setor, parceria do Jornal Tribuna da Imprensa Livre com a OAB-RJ.
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