Por Carlos Newton –
A principal revelação desse primeiro turno das eleições presidenciais é constatar que o povo brasileiro foi cuidadosamente manipulado para cair na armadilha de uma polarização sinistra e equivocada. Ao contrário do que está acontecendo em outros países importantes, onde existe real ameaça de consolidação dos extremismos, essa situação no Brasil é irreal e forçada.
Nas outras nações que vivem verdadeiramente o fenômeno de ressurreição do nazifascismo, que consequentemente provoca a formação do extremismo de esquerda, o fator principal é a imigração de africanos, orientais e latino-americanos.
NACIONALISMO EM ALTA – Por sua localização geográfica, o Brasil ainda não sente verdadeiramente o efeito da imigração e tem suportado e assimilado as levas de moradores de países vizinhos e de refugiados de áreas em conflito da África e da Ásia.
Nos outros países a imigração desenfreada é um problema que chega a ser insuportável, fazendo reviver negativamente o nacionalismo radical, que o genial pensador inglês Samuel Johnson (!709- 1784) definiu como “é o último refúgio do canalhas”. Johnson cultivava raciocínios duros e pragmáticos. Dizia, por exemplo, que “não importa como uma pessoa morre, mas sim como ela vive”.
Johnson achava que no futuro da civilização haveria abertura de fronteiras e o patriotismo tenderia a esmaecer, mas isso ainda não está acontecendo. Ao contrário, a radicalização aumenta e o Primeiro Mundo destinou aos imigrantes os trabalhos mais sórdidos e de pior remuneração.
GUETOS NAS CIDADES – Os imigrantes vivem em guetos nas cidades ocidentais, onde não existe o fenômeno da acelerada miscigenação racial que caracteriza o Brasil. A situação chega a tal ponto que a Polícia sueca pede que os moradores de Estocolmo não entrem em determinados bairros onde não há presença dos policiais, porque foram banidos pelos moradores.
No Brasil essa situação é comum, em muitos bairros a Polícia só entra à força, mas não existe conotação política. A questão é apenas social, pois o Brasil tenta conviver miséria absoluta e riqueza total, é claro que isso jamais dará certo, a violência tende a se perpetuar.
Mesmo assim, o radicalismo da polarização no Brasil é artificial e vem sendo cultivado politicamente para eleger Lula ou Bolsonaro, que são duas faces da mesma moeda.
SEM AMEAÇAS – A meu ver, nenhum dos dois ameaça à democracia, porque Lula nem é de esquerda e Bolsonaro é de uma direita inofensiva. As Forças Armadas jamais levaram a sério seus delírios ditatoriais, apenas dão apoio ao presidente que lhes garante as regalias e privilégios. Se o nome dele é Lula ou Bolsonaro, para os militares não faz a menor diferença.
Assim, confesso que a política às vezes me dá um certo enfado. No caso atual, por exemplo, a imensa maioria dos brasileiros prefere Lula ou Bolsonaro. Portanto, os dois são considerados os melhores, e é preciso respeitar a vontade do povo.
Pessoalmente, não tenha mais nada a ver com essa disputa, sequer participarei do segundo turno. A quem votou em Lula e Bolsonaro, desejo bom proveito.
Ficarei observando de longe, guardando meu título de eleitor para melhor oportunidade.
CARLOS NEWTON é jornalista, editor do blog Tribuna da Internet.
Enviado por André Cardoso – Rio de Janeiro (RJ). Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com
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