Por Miranda Sá –
O título, direto e bastante significativo, já foi usado distintamente no campo cinematográfico e na literatura marxista. As duas vertentes têm o sentido único da definição prática e teórica.
No cinema temos uma interessante combinação de drama e comédia no filme “The Angriest Man in Brooklyn”, exibido no Brasil e Portugal como “O que fazer?”. Teve a direção de Phil Alden Robinson com excelentes atores, Robin Williams, Mila Kunis, Peter Dinklage e a premiada coadjuvante, a atriz Da’Vine Joy Randolph.
A sinopse do filme relata a situação em que um médico revela ao seu paciente, portador de uma paranoia agressiva, que ele tem apenas 90 minutos de vida, sugerindo que deveria se desculpar com as pessoas com quem tenha agredido nos seus últimos momentos de vida.
“O que fazer?” é também o título de um livro que Vladimir Ilyich Ulianov – o revolucionário russo Lênin –, que em 1900 serviu de base para a aliança com Georgi Plekhanov, e a criação do jornal Iskra para divulgar o programa que uniu todas as correntes anti-czaristas.
A teoria exposta por Lênin traz a crítica ao “sindicalismo estreito” (trade-unionismo) e o acervo combate ao economicismo dos reformistas. O livro foi usado mais tarde para defender os insustentáveis desvios stalinistas.
Quem, no correr da vida, nunca se fez a pergunta “o que fazer?”. Até mesmo nas pequenas dificuldades do cotidiano, busca-se uma saída para a normalidade.
Embora com a idade avançada, preocupa-me hoje a possibilidade de deflagração de uma nova guerra mundial. Sei que as novas gerações, mesmo entre os inconformistas, não sentem o mesmo que eu, e não lhes importa o que os mais velhos pensam.
Para eles, eu gostaria de lembrar uma coisa antiquíssima da filosofia grega, em que Aristóteles e Hipócrates julgavam que a juventude se estende aos 35 anos e até os 40 anos o homem está apto a ir para guerra.
Tal pensamento não mudou muito daquele tempo para os nossos dias. A convocação para a batalha será dos jovens.
Vejam que os belicistas – não são poucos – aplaudiram o presidente francês Emmanuel Macron ao declarar numa entrevista que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) analisou a situação ucraniana e não descarta o envio de soldados para enfrentar os russos.
A resposta do Kremlin foi imediata, reagindo contra tal possibilidade e declarando que o envio de contingentes dos países da OTAN à Ucrânia, “se é uma probabilidade, é igualmente a inevitabilidade de um conflito direto”.
Esta reação levou vários membros da Aliança a negar planos de mobilização de tropa e muito menos envia-las para a zona de conflito. Nos alegra a participação do chanceler alemão Olaf Scholz nesta posição, apoiado pela Espanha, Itália, Países baixos, Polônia, Reino Unido e República Tcheca.
Em campanha eleitoral, Joe Biden, em nome dos EUA disse que o país não tem pretensão de se envolver diretamente na contenda com a Rússia. Ainda bem. Esta posição (ou recuo?) é um passo importante para desanuviar as ameaças de uma 3ª Guerra, porque na Era Atômica ela representaria o extermínio da civilização.
Então, pensando n’ “O que fazer”, respondo que para mim, é a defesa da Paz a todo custo, lembrando o gênio profético de Einstein que alertou: “Depois de uma 3ª Guerra, a próxima terá uma nova arma secreta, a atiradeira de arremessar pedras’.
Sem sombra de dúvida. Imaginemos uma volta à Idade da Pedra e que com esta tragédia a Humanidade teria que se reinventar.
MIRANDA SÁ – Jornalista profissional, blogueiro, colunista e diretor executivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como a Editora Abril, as Organizações Globo e o Jornal Correio da Manhã; Recebeu dezenas de prêmios em função da sua atividade na imprensa, como o Esso e o Profissionais do Ano, da Rede Globo. mirandasa@uol.com.br
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