Por Miranda Sá –
“Qualquer migalha que se dê ao homem simples o fará feliz” (Enéas Carneiro)
Podemos conceder muito às pessoas inteligentes, mas não permitir que dilapidem as migalhas do bom senso. Ninguém pode desperdiçar nacos do pão da sabedoria que alimentam o humanismo na ceia da convivência social.
Deve-se, por isso, atirar ao lixo as fake news postadas nas redes sociais e os discursos políticos demagógicos; estas idiossincrasias são dispensáveis, como as mentirinhas insignificantes e as desprezíveis mentironas. A desonestidade é sempre dispensável, o que não ocorreu quando acreditamos nas promessas eleitorais do capitão Bolsonaro.
O tempo, felizmente, se encarrega de mostrar a falsidade dele pouco a pouco desmentida, aumentando o nosso respeito pela sabedoria popular que ensina: “é mais fácil pegar um mentiroso do que um coxo”….
E assim os coxos ganham disparados do Capitão Minto que confessa, passados três anos da campanha eleitoral que sempre foi do Centrão. Ainda ecoam nos nossos ouvidos os discursos dele combatendo a picaretagem do Congresso, seguido em coro por um general de pijama do seu grupo publicando que “se gritar pega Centrão, não ficaria um só ladrão… ”
Também, para não esquecer a insanidade extremista do aprendiz de ditador, e dar razão aos antifas, passou de “liberal democrata conservador” a revelar-se como admirador do neonazismo alemão, abraçando publicamente uma neta de um ministro de Hitler.
Estas revelações fazem parte das grandes mentiras, porque as mentirinhas com exceção dos varrem para debaixo do tapete todo mundo conhece: a defesa das “rachadinhas” familiares, os cheques do Queiroz e, recentemente, a fraude do negativismo lucrativo dos comissionamentos (a velha propina), na compra de vacinas.
Bocados de inverdade e porções de falsidade continuam distribuídos pelo capitão Bolsonaro tentando arrastar os militares do seu grupo para tentar um golpe antidemocrático.
Tais confabulações encantam a manada que o segue fanaticamente. Os homens simples que se apaixonam pelos discursos, cultuam personalidades políticas e ficam fascinados com as malandragens delas. Se agrupam ao toque do berrante participando dos movimentos criados pela propaganda, seguindo a claque profissional da lista da Secom.
São os analfabetos políticos que não têm o alcance da lição de Victor Klemperer, doutor e professor universitário de filologia românica na Universidade de Dresden, que acompanhou a tomada do poder na Alemanha por Hitler e escreveu os livros “Os diários de Victor Klemperer” e “Linguagem Do Terceiro Reich”, mostrando as desgraças da ditadura hitlerista.
Klemperer afirmou: “O nazismo se embrenhou na carne e no sangue das massas por meio de palavras, expressões e frases impostas pela repetição, milhares de vezes, e aceitas, inconsciente e mecanicamente”.
A fração “bolsonarista” do eleitorado cega e surda não vê nem escuta os rumores das ruas, nem a realidade à sua volta. Pouco importa aos idólatras que o seu mito seja do Centrão, neonazista ou mentiroso. Conforma-se com as migalhas que sobram do banquete da demagogia, defendendo-o pela fraqueza humana da ilusão.
“Migalha”, como verbete dicionarizado, é um substantivo feminino originário do latim hispânico “micalea”, por sua vez vindo do latim clássico “mica ae”. Seu significado é “pequeno pedaço do pão ou resto de qualquer comida; por extensão, usa-se como porção de uma coisa qualquer.
O inteligente cantor e compositor maranhense Zeca Baleiro escreveu que “as memórias nada mais são do que aquilo que nos restou de nossos esquecimentos. São como os pombos no asfalto, eles sabem voar alto mas insistem em catar as migalhas do chão“.
Catando migalhas, vemos a generosidade com o dinheiro público do pródigo capitão Bolsonaro distribuindo verbas comprando o apoio dos picaretas do Congresso, e usando eleitoralmente o “Bolsa Família” que dizia ser dos cabos eleitorais do PT, e (adota-o para si próprio como “Auxílio Brasil”).
Juntam-se também algumas migalhas de memória para lembrar que traiu quem votou nele porque combatia a corrupção e defendia a Lava Jato, coisas que abominou depois de eleito para escapar das rachadinhas….
Infelizmente, os farelos de fraudes, mentiras e traições que infelicitam o País e envergonham os brasileiros, fazem felizes os alheados que ainda o seguem.
MIRANDA SÁ – Jornalista profissional, blogueiro, colunista e membro do Conselho Editorial do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como a Editora Abril, as Organizações Globo e o Jornal Correio da Manhã; Recebeu dezenas de prêmios em função da sua atividade na imprensa, como o Esso e o Profissionais do Ano, da Rede Globo.
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