Por Cid Benjamin –
A falta de princípios de Bolsonaro e seus apoiadores ganhou corpo na política nacional e contaminou gente que não tinha essas práticas no passado.
Contaminou também a campanha da ABI.
Vejamos.
Em 2019, na eleição que levou à direção da entidade a atual diretoria, a chapa vencedora usou o nome de ABI: Luta pela democracia.
Este ano, antes mesmo de iniciado o processo eleitoral, a oposição, que já se articulava há meses, se apropriou desse nome para a sua chapa.
Como em 2019 o nome das chapas não foi central na campanha eleitoral, a atual diretoria preferiu não enveredar por uma disputa judicial na disputa do nome.
Começada a campanha, a oposição sempre tentou confundir as coisas e não se apresenta como tal, dado o prestígio da atual diretoria.
Mas, que alguém dite uma iniciativa relevante da atual diretoria que tivesse tido a participação de algum dos atuais membros da oposição.
Que alguém cite algum integrante a oposição com atuação de destaque nesta gestão.
Aliás, a maior parte dos diretores hoje na oposição abandonou a entidade.
No entanto, agora, a tentativa de confusão ficou mais grave e chegou mais longe.
E com fortes traços de desonestidade. Mesmo que nem todos os membros da oposição possam ser acusados dessas práticas bolsonaristas e desonestas, em nome da preservação de sua biografia, é aconselhável que a critiquem publicamente.
Não é segredo que a chapa da situação na ABI é encabeçada por Cristina Serra e Helena Chagas.
Não é segredo, também, que esta é a chapa apoiada pelo presidente Paulo Jerónimo e por mim.
Porém, a oposição tenta confundir aa coisas e difundir uma mentira.
Como tinha a senha da página do Facebook da eleição passada, passou a utilizá-la nesta eleição como se fosse de agora – mas sem informar os leitores. Por isso a página tem mais de 600 seguidores. O número é uma fraude. Soma dos anteriores com os que conseguiram agora.
Mas, há algo pior: usa postagens daquela época como se fossem desta eleição.
Assim, divulga fotos do presidente Paulo Jeronimo e minhas como de apoiadores da chapa deles. São fotos de 2019, mas tentam fazer confusão porque o nome das chapas (o de 2019 e o de agora) é o mesmo.
Fiquei abismado quando vi fotos minhas apoiando os golpistas.
Francamente, não há como negar: são métodos bolsonaristas.
CID BENJAMIN foi líder estudantil nos movimentos de 1968, participou da resistência armada à ditadura e foi dirigente do Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8). Libertado em troca do embaixador alemão, sequestrado pela guerrilha, passou quase dez anos no exílio. De volta ao Brasil em 1979, foi fundador e dirigente do PT e, depois, participou da criação do PSOL. É jornalista, professor e autor dos livros “Hélio Luz, um xerife de esquerda” (Relume Dumará, 1998), “Gracias a la vida” (José Olympio, 2014) e “Reflexões rebeldes” (José Olympio, 2016). Organizou, ainda, a coletânea “Meio século de 68 – Barricadas, história e política” (Mauad, 2018), juntamente com Felipe Demier.
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MAZOLA
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