Por Sérgio Cabral Filho –
As eleições para prefeito e vereador nas mais de cinco mil cidades brasileiras serão no primeiro domingo de outubro.
Nas cidades com mais de 200 mil eleitores haverá segundo turno, caso nenhum candidato alcance mais de 50% dos votos no primeiro turno. São 100 cidades brasileiras nessa condição.
“Eleição e mineração, só depois da apuração”, diz o velho ditado da política.
As pesquisas pré eleitorais já aparecem com destaque no noticiário local e nacional. Sobretudo nos maiores municípios do país. Chamo a atenção das pesquisas qualitativas que, por sua natureza, não são divulgadas. Elas tentam medir o sentimento e as tendências do eleitorado do colégio eleitoral. São feitas em grupos de 8 a 12 pessoas numa sala. Elas não sabem do que se trata. E o mediador inicia com temas da hora para depois aprofundar no alvo principal, medir como aqueles eleitores enxergam o candidato que encomendou a pesquisa, o cliente do instituto de opinião. Testam fotos, filmes e associações políticas e pessoais. Em municípios como São Paulo e Rio são necessários, no mínimo, 10 grupos de qualitativas. Como pensam os evangélicos pentecostais e neo pentecostais; os católicos praticantes e os que dizem ser católicos mas não frequentam igrejas , a não ser em casamentos e missas de sétimo dia. Como pensam os eleitores por faixas de renda, etária, escolaridade, etc; seus anseios e temores.
Pesquisa qualitativa é instrumento usual para empresas que lançarão produtos no mercado e nas emissoras de tv no pré lançamento de novelas onde se testam personagens e sua aderência. Durante a exibição as emissoras medem o desempenho dos principais personagens e, caso algum coadjuvante se destaque, a equipe de redatores da trama o passa para um outro patamar, licença ao filósofo Bruno Henrique, craque rubro-negro.
Há outro ponto a ser destacado, o humor da grande mídia local com os pré candidatos. Me refiro, claro, às cidades onde há jornalismo local nas emissoras de tv aberta. E estações de rádio de alcance popular. Nessas cidades, repare como são editadas as matérias sobre as mazelas do município:se os âncoras do jornal televisivo, após a constatação do problema pela reportagem dirigem o olhar para a câmera e citam e cobram o prefeito(a), ou citam as explicações dadas pela secretaria da cidade ou pela concessionária do serviço alvo da matéria. Observe porque aí está o X da questão pré-eleitoral. Na abordagem dos problemas. Se o candidato fala a voz do dono da emissora, agrada com verbas e serviços indiretos, ele é aliviado de alguma maneira, mas se não for o que quer o dono da voz…prepare o lombo porque é muita bordoada!
Dia 16 de agosto começa a campanha eleitoral na tv e no rádio. Aí é um outro capítulo do processo eleitoral. O mais importante. A junção bem feita desses veículos com a mídia social pode consolidar tendências como gerar surpresas positivas e negativas. De 16 de agosto até o dia 6 de outubro, dia das eleições em primeiro turno, haverá um oceano de travessia; onde vento, tempestade, sol e chuva virão de adversários e das chamadas variáveis incontroláveis.
Claro que tudo isso demanda liderança política e força eleitoral. Sem esses ingredientes fundamentais, melhor nem disputar.
SÉRGIO CABRAL FILHO – Jornalista e Consultor Político da Tribuna da Imprensa Livre.
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