Redação –
Um bombardeio do Exército de Israel derrubou mais um prédio em Gaza neste sábado (15.mai.2021). O local era a sede israelense das agências de notícias AP (Associated Press), dos Estados Unidos, e Al Jazeera, do Catar. Todos os ocupantes do prédio de 12 andares foram informados 1 hora antes do bombardeio para que saíssem do local.
Esse é o 3º prédio de empresas jornalísticas que é derrubado pelo governo de Israel. Na 5ª feira (13.mai), 2 edifícios foram destruídos por um bombardeio aéreo. Nos locais funcionavam as redações de mais de 12 veículos de comunicação locais, segundo o CPJ (Comitê para a Proteção dos Jornalistas).
A justificativa do governo de Israel para o ataque à AP e à Al Jazeera foi de que, supostamente, o prédio abrigava recursos militares do Hamas, grupo islâmico que comanda Gaza. Não há relatos de jornalistas mortos ou feridos.
Ainda durante a madrugada deste sábado (15.mai.2021), outro ataque israelense na região matou 10 pessoas da mesma família palestina. Entre as vítimas estavam 8 crianças.
Desde que a tensão se intensificou na região, na 2ª feira (10.mai), pelo menos 139 pessoas morreram em Gaza. Dessas, 39 eram crianças. Israel, por outro lado, teve 9 mortos, incluindo 2 crianças. Os dados são de agências de notícias e entidades médicas que atuam na região.
O presidente da AP, Gary Pruitt, publicou um comunicado em que afirmou que os trabalhadores da empresa estão “chocados e horrorizados” com a ação dos militares israelenses. Ele afirmou também que o Exército sabe que o prédio era a redação da AP.
“Este é um desenvolvimento incrivelmente perturbador. Evitamos por pouco uma terrível perda de vidas”, disse Pruitt. “Uma dúzia de jornalistas e freelancers da AP estava dentro do prédio e, felizmente, fomos capazes de evacuá-los a tempo“.
O diretor-geral da Al-Jazeera, Mostefa Souag, também emitiu um comunicado. “O objetivo deste crime hediondo é silenciar a mídia e esconder a carnificina e o sofrimento indescritível do povo de Gaza“, afirmou. Ele também disse que o ataque foi um crime de guerra e uma clara violação dos direitos humanos.
“O ataque ao prédio que hospeda instituições de mídia internacionais tem como objetivo silenciar a verdade matando o mensageiro. Jornalismo não é crime.“
Fonte: Poder360
MAZOLA
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