Por Sérgio Vieira –

Portugal / Europa – Séc. XXI.

Decorre em Portugal a volta a Portugal em bicicleta. Excluída da volta está a equipe WS 52 / Futebol Clube do Porto. Motivo: DOPING.

A UCI suspendeu a W52-FC Porto de toda a atividade, na sequência do caso de doping que levou à suspensão de oito ciclistas da equipe e à detenção do diretor e de um massagista. A equipe fica assim impedida de competir de imediato e não poderá participar na Volta a Portugal em bicicleta como pretendia a estrutura ligada ao FC Porto há seis épocas e que venceu as últimas nove edições da prova rainha do calendário nacional.

“A Federação Portuguesa de Ciclismo confirma que foi hoje notificada pela União Ciclista Internacional (UCI) de que esta entidade decidiu retirar a licença desportiva à equipe continental W52-FC Porto, na sequência da informação recebida pela UCI sobre o processo que decorre na Autoridade Antidopagem de Portugal. A decisão entra imediatamente em vigor, pelo que a equipe está impedida de voltar a competir”, informou a Federação Portuguesa de Ciclismo.

A suspensão da equipe de ciclismo ligada ao FC do Porto acontece na sequência da operação Prova Limpa, desencadeada no dia 24 de abril, pela Polícia Judiciária e pela autoridade antidopagem (ADoP) junto da equipa da W52-FC Porto, que resultou na suspensão de dez ciclistas (foram constituídos arguidos) e à detenção do diretor desportivo da equipe, Nuno Ribeiro, bem como do adjunto, José Rodrigues.

A suspensão imediata terá apanhado os dirigentes de surpresa, uma vez que ainda na sexta-feira passada, depois de confirmada a inscrição na Volta a Portugal, Adriano Quintanilha, patrão da W52-FC Porto, disse pretender estar no pelotão que vai para as estradas portuguesas de 4 a 15 de agosto, apesar de ter apenas três ciclistas disponíveis (Amaro Antunes, José Neves e Jorge Magalhães) do mínimo de cinco exigidos.

Entre os dez suspensos estão quatro antigos vencedores da Volta a Portugal: João Rodrigues (2019), Rui Vinhas (2016), Ricardo Mestre (2011) e Joni Brandão, que herdou a vitória na edição de 2018 depois da desclassificação, por doping, do também Portista, Raúl Alarcón (foto abaixo).

De salientar que foram encontradas nos quartos dos atletas centenas de seringas, bolsas de sangue e os mais variados produtos dopantes.

Mais uma vez ligado ao ilícito, está o nome do FC do Porto. Seja no futebol, ciclismo e etc…Esta instituição secular deveria ter mais cuidado naquilo em que se envolve.

Manchado, já por escutas telefônicas que compravam árbitros de futebol no famoso caso do Apito Dourado (está na NET, é só pesquisar). As investigações acabariam por incriminar Jorge Nuno Pinto da Costa, presidente do Futebol Clube do Porto, e Valentim Loureiro, antigo presidente do Boavista Futebol Clube e da Liga Portuguesa de Futebol. Nas instâncias desportivas, o Futebol Clube do Porto e o seu presidente foram condenados num processo rocambolesco na Comissão de Disciplina da LPFP e ilibados na instância superior (Comissão de Justiça da FPF) e nos tribunais civis, tal como o Boavista e o seu presidente João Loureiro. Todavia, as escutas seriam ainda assim aproveitadas para descredibilizar o futebol português e a Justiça em Portugal. Em Dezembro de 2006, a antiga companheira de Jorge Nuno Pinto da Costa, Carolina Salgado, lançou um livro, Eu, Carolina, em que acusa o ex-companheiro. Este livro seria utilizado como base de várias acusações que o presidente do FC do Porto sempre negou. Estas incluíam, entre outros dados, o tráfico de influências, agressões a dirigentes esportivos, a coação sobre equipes de arbitragem, assim como o pagamento de orgias com prostitutas a árbitros para beneficiação do FC Porto. As acusações foram consideradas infundadas por parte dos tribunais civis. O livro deu origem a um filme chamado «Corrupção».

A verdade é como o azeite e a água, o azeite vem sempre à tona.

SÉRGIO VIEIRA – Colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre, representante e correspondente internacional em Aveiro, Portugal. Jornalista, bancário aposentado, radicado em Portugal desde 1986.

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