Por Karlos Holanda –

Noites mal dormidas, com a sensação de cansaço extremo no dia seguinte, acarretando baixo aproveitamento no trabalho ou nos estudos, além de irritabilidade, são uma rotina que atinge muitas pessoas no mundo.

A insônia é como chamamos a dificuldade de dormir, ou a dificuldade de manutenção do ciclo do sono sem interrupções durante a noite. Mesmo quem não sofre dessa afecção, já deve ter experimentado essa sensação alguma vez em sua vida.

Mas engana-se quem acha que o cansaço é a única consequência desse mal que atinge 40 % dos brasileiros, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Número que tem alta probabilidade de se elevar devido a Pandemia. O aumento do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, tais como Hipertensão arterial, Infarto agudo do miocárdio e Acidente vascular cerebral (AVC), e de doenças metabólicas como obesidade e diabetes, são informações que preocupam o meio médico em todo o mundo. Estudos já demonstraram que o número de horas de sono por noite, está inversamente relacionado ao Índice de Massa Corpórea e a Obesidade, ou seja, quem dorme pouco tem elevada chance de se tornar obeso.

Mas o que leva o indivíduo a ter insônia? Ansiedade, depressão, estresse, dores crônicas, uso de alguns tipos de medicamentos, ambiente inadequado para dormir, entre outros são fatores que podem deflagrar a doença. Entretanto, muitas vezes não há causa definida para seu aparecimento, o que chamamos de forma primária.

Diante de um quadro como o descrito, é imprescindível procurar ajuda médica, para avaliação da necessidade do início de uma terapia farmacológica ou não. Indutores do sono, como os análogos da melatonina, são algumas das opções de medicamentos que existem hoje no mercado, mas somente uma análise individualizada de cada caso, poderá indicar o tratamento correto.

Como medidas não farmacológicas, temos a Psicoterapia e o aprendizado de algumas técnicas de relaxamento por exemplo. Independente da avaliação clínica, há medidas simples que podem ser tomadas por qualquer pessoa com o objetivo de melhorar a qualidade do sono, entre elas podemos citar:

  • Criar uma rotina com hora para dormir e para acordar.

  • Praticar exercício físicos regularmente, porém no mínimo entre 4 à 5 horas antes do horário de dormir.

  • Retirar relógios do quarto, para não aumentar a ansiedade no período em que estiver desperto.

  • Reduzir a ingesta de cafeína, muito presente em refrigerantes, alguns chás e café.

  • Diminuir o consumo de álcool e nicotina.

  • Evitar o uso de aparelhos eletrônicos na cama, tais como celular, tablets e laptops.

  • Evitar ter televisão no quarto, que deve se manter silencioso e escuro.

Por fim deve-se frisar que a terapia medicamentosa não é a primeira opção de tratamento, e o uso de drogas como os benzodiazepínicos devem ser indicados com muita cautela, por causarem dependência e tolerância, levando ao uso de dosagens cada vez maiores do mesmo medicamento com o objetivo de alcançar os mesmos resultados encontrados com as dosagens padrão.

E lembrem-se a AUTOMEDICAÇÃO é um risco enorme para sua saúde.

Dr. KARLOS GUDDE DE HOLANDA MOURA – Médico, titular desta “Tribuna da Saúde”, colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Residência Médica em Anestesiologia pelo Hospital Beneficência Portuguesa da São Paulo; Pós-graduado em Laser, Cosmiatria e Procedimentos pela FATESA de Ribeirão Preto; Pós-graduando em Nutrologia pela USP de Ribeirão Preto; Professor da Pós-Graduação de Laser, Cosmiatria e Procedimentos na FATESA de Ribeirão Preto. @dr.karlosholanda


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