Por Ricardo Xerém –

Alô autoridade!

Tenho orgulha desse chão, “Inhaúma” possui origem indígena, período em que as terras do bairro eram ocupadas pelos tamoios. A palavra “Inhaúma” é derivado do nome de um pássaro preto muito comum naqueles tempos, quando ainda era uma aldeia indígena.

A anhuma (nome científico) também conhecida como INHAÚMA, inhuma, inhaúma, unicorne, licorne, anhima, alicorne, cuintáu, ema-preta, cametau, guandu, caiuí e itaú. É a ave símbolo do estado de Goiás, presente também nas bandeiras das cidades de Guarulhos e Tietê. (Wikiaves)

Essa espécie de ave de cor preta tem um chifre pontiagudo sobre a cabeça e habita lugares pantanosos como mangues. Na época do descobrimento do Brasil pelos portugueses, seguindo a linha de contorno da Baía de Guanabara a partir de São Cristóvão, estendia-se uma grande planície recortada por rios e trilhas abertas por indígenas, que propiciaram o surgimento de pequenos ancoradouros em determinados pontos ao longo dos rios.

Rio de Janeiro e Niterói, vista panorâmica da entrada da Baia de Guanabara. (Pinterest)

Hoje, século 21, a Estrada Adhemar Bebiano antiga Estrada Velha da Pavuna é a via central do bairro de Inhaúma. A região faz limite com os bairros de Pilares, Engenho de Dentro, Engenho da Rainha, Cachambi, Del Castilho, Olaria e Higienópolis, além de parte do Complexo do Alemão.

No passado, a antiga Estrada Velha da Pavuna era uma das principais vias que cortavam a Freguesia de São Tiago de Inhaúma, desmembrada da Freguesia de Irajá em 1743.

A Igreja de São Tiago de Inhaúma se modernizou sem se distanciar das tradições católicas. (Divulgação)

A Igreja de São Tiago Maior encontra-se na praça 24 de Outubro, de frente para a Adhemar Bebiano, e foi erguida em 1745. A casa antiga que se vê na foto a seguir, de Reinaldo Silva (1968), é um típico chalé suburbano construído no início do século XX e pertenceu à Viscondessa de Embaré. Atualmente está cercada de casas populares em uma área conhecida como “as casinhas”, inserida no contexto espacial do Complexo do Alemão.

Chalé da Viscondessa de Embaré. (Reprodução)

Esse chão suburbano destaca-se por sua grande importância histórica nas épocas do Brasil Colônia e Brasil Império, e atualmente, infelizmente, destaca-se pelo descaso das autoridades em realizar a manutenção do espaço público, e principalmente pela violência desenfreada nas favelas e comunidades da região.

Complexo do Alemão vive rotina de tiroteios. (Bruno Itan/ Reprodução)

Não é de agora que venho sempre me perguntando: Onde está o subprefeito da nossa região, foi abduzido? Temos aqui um daqueles “administradores” negligentes, inoperantes e seletivos que só olham parte do problema e abandonam a totalidade. Queremos uma gerência executiva que atenda efetivamente nossas demandas, até quando ficaremos entregue as moscas prefeitura!

Autoridade, exigimos respeito com nossa história, exigimos respeito com os desassistidos de agora, exigimos respeito com o bairro de Inhaúma!

Até a próxima semana com nossa libertária “Tribuna do Povo”.

RICARDO XERÉM é jornalista (DRT-0039871/RJ), titular da coluna “Tribuna do Povo”, ativista social e secretário de comunicação do Movimento Tradição & Juventude do Flamengo.


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