Por Jeferson Miola

O GSI – Gabinete de Segurança Institucional sob o comando do general Gonçalves Dias mantém praticamente intacta a estrutura montada pelo general Heleno, o que permite entender a facilidade com que os terroristas fascistas puderam atacar e vandalizar o Planalto e acessar áreas sensíveis do Palácio.

O general da ativa Carlos José Russo Assumpção Penteado, Secretário-Executivo [vice-ministro] do general Heleno, continua ocupando o mesmo cargo no governo Lula.

Penteado é um general ultra reacionário que não esconde seu ódio ao Lula, à esquerda e ao PT, sua admiração e lealdade a Bolsonaro e seu alinhamento a posições extremistas e fascistas.

Além do general Penteado, muitos outros cargos do GSI continuam sendo ocupados por militares e civis escolhidos pelo general Heleno.

É o caso, por exemplo, do general do Exército Carlos Feitosa Rodrigues, de perfil ideológico semelhante ao do general Penteado, e que continua como Secretário de Segurança e Coordenação Presidencial.

A Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial é justamente a instância do GSI com responsabilidade central na proteção e segurança do Presidente, do vice-Presidente da República e dos respectivos familiares, assim como dos palácios presidenciais e residências oficiais [Decreto 9.668/2019].

GSI é um enclave dos militares no coração do poder civil que deveria ter sido extinto pelo governo Lula. Os atentados terroristas de 8 de janeiro confirmam que a manutenção deste órgão representa uma séria ameaça à democracia e ao Estado de Direito.

As cúpulas partidarizadas das Forças Armadas, em especial o Exército, estão no centro do processo de desestabilização, caos e debilitamento da democracia no Brasil. Há um processo programado e metódico de produção de tumulto, terrorismo e desordem que anima os movimentos fascistas que pedem intervenção militar [GLO] e advogam a destruição da democracia e do Estado de Direito.

Os atos de terror que se intensificaram no país a partir de 12 de dezembro, data da diplomação do Presidente Lula e do Vice Alckmin, têm por trás “o braço forte e a mão amiga” do Exército.

O GSI é um instrumento de poder, articulação e conspiração dos militares. É incompreensível, neste sentido, que continue dominado e manietado por militares conspiradores cujo único compromisso é com a derrubada do governo e a destruição da democracia.

JEFERSON MIOLA – Jornalista e colunista desta Tribuna da Imprensa Livre. Integrante do Instituto de Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre (Idea), foi coordenador-executivo do 5º Fórum Social Mundial.

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