Por Miranda Sá –
Tenho vários amigos médicos no twitter, também os meus médicos são meus amigos, alguns há dezenas de anos. No “X” são vários que sigo e sou seguido por eles; então não os quero ofender como fez outro dia um tuiteiro dizendo que não confia em médicos.
Aquela crítica me levou a matutar qual será a medida da Medicina, e lembrei que Hipócrates disse que a arte médica é como a arte de adivinhar. Nascido na Grécia (460 a.C. – 370 a.C.) Hipócrates é respeitado até os dias de hoje como o pai da Medicina. Este sábio ensinou que o corpo não é apenas um conjunto de órgãos, mas uma unidade viva e complexa que a “natureza” de cada um regula e harmoniza.
Além de pesquisador científico à época, excursionava pela Filosofia e destinou vários ensinamentos sobre a ética médica. Pela sua honestidade e o humanismo, nasceu o famoso Juramento de Hipócrates, expresso por todos que se formam em medicina no Ocidente.
O Juramento é digno de menção: “Prometo solenemente consagrar a minha vida a serviço da Humanidade. Darei aos meus Mestres o respeito e o reconhecimento que lhes são devidos. Exercerei a minha arte com consciência e dignidade. A Saúde do meu Doente será a minha primeira preocupação”.
Brinco muito com os “noves fora”, e desta vez os usarei para conjecturar que apesar dos “noves fora dos extraordinários avanços da tecnologia e da cibernética”, vê-se os atuais diagnósticos médicos pouco diferindo de Hipócrates para cá….
A Ciência Médica enriqueceu com as pesquisas que formatam as imagens anatômicas e os processos fisiológicos através da ressonância magnética. Por ela, descobriu-se a subdivisão de várias enfermidades e também foram observadas patologias até então escondidas no subsolo da ignorância.
Voltadas para a cura das alterações no estado de saúde, dos pequenos distúrbios e mal-estares até a neoplasia maligna, as indústrias farmacêuticas lucram muito. Originárias da Europa e dos Estado Unidos mantêm praticamente o oligopólio das vitaminas e antibióticos.
Se alguém ver nisto um mal, é preciso entender que a recuperação da saúde é louvável, livrando-nos das pedras mágicas e da água benta, deixando fora do consultório as benzeduras dos xamãs, pajés e bruxas…. O feitiço só se faz presente na Medicina Moderna com a Psicanálise, criada pelo bruxo Sigmund Freud.
A cura das enfermidades mentais usa uma fita métrica analítica, instrumento de trabalho indispensável para a Psicanálise e a Psicologia como é usada por alfaiates e costureiras; e, nos tempos antigos, pelas mães de família, guardada na gaveta da máquina de costura….
Com a mesma função da mensuração computadorizada do corpo, a fita métrica analítica dos psicólogos e psicanalistas avaliam a mente. Funciona com o Teste de Rorschach, mundialmente conhecido e aplicado profissionalmente; usado até como brincadeira nos círculos estudantis.
Curiosamente, ouvi falar outro dia de um outro teste, aplicado para sondar a disposição da pessoa nas relações humanas, do respeito e salvaguarda a outro indivíduo, mesmo desconhecido. Até este mês eu nunca ouvira falar dele: É o Teste de Jean Jacques Rousseau exposto numa das suas obras de ficção.
“Um personagem indaga ao outro: – ‘Se para se tornar herdeiro bilionário de um mandarim chinês de quem nunca ouviu falar, bastasse apertar um botão provocando a morte dele, você apertaria?’”.
Vamos então nos autoanalisar através do Teste Rousseau? Assim cumpriremos a lição que o grande Sócrates nos deixou: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo de Deus”.
Se o altruísmo estiver presente pelo desprendimento dos valores materiais e a defesa da vida por amor ao próximo, daquele desconhecido de quem nunca se ouviu falar, estaremos prontos para defender uma sociedade futura, livres do egoísmo e da ganância.
Livres de corpo e mente para enfrentar a corrupção política e o egocentrismo maligno dos extremistas e suas ideologias fraudulentas; livres para denunciar os assaltantes do poder político e a gazua da desgraçada polarização, infecção inoculada pelo vírus do fanatismo.
MIRANDA SÁ – Jornalista profissional, blogueiro, colunista e diretor executivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como a Editora Abril, as Organizações Globo e o Jornal Correio da Manhã; Recebeu dezenas de prêmios em função da sua atividade na imprensa, como o Esso e o Profissionais do Ano, da Rede Globo. mirandasa@uol.com.br
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