Redação –
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (7) que a Lava Jato acabou “porque não tem mais corrupção no governo”. “Eu desconheço lobby para criar dificuldade e vender facilidade, não existe. É um orgulho, uma satisfação que eu tenho dizer a essa imprensa maravilhosa nossa que eu não quero acabar com a Lava Jato. Eu acabei com a Lava Jato porque não tem mais corrupção no governo. Eu sei que isso não é virtude, é obrigação”, declarou o presidente, durante cerimônia de lançamento de medidas de desburocratização do setor aéreo.
“Essa imprensa que é muito importante para todos nós e que nós queremos a sua liberdade. Me acusam muitas vezes de ser autoritário, eu nunca propus o controle social da mídia, eu nunca propus projeto para combater fake news, se bem que eu sou quem mais sofre o que mais sofre com fake news”, acrescentou.
GARANTISMO – Bolsonaro tem sido criticado, inclusive por ex-aliados, por tomar decisões que contrariam os defensores do conjunto de operações e investigações da Lava Jato, iniciadas em 2014. Entre elas, a nomeação de Kassio Nunes para o STF (Supremo Tribunal Federal), um juiz tido como garantista, poque o núcleo garantista no Supremo costuma impor derrotas à Lava Jato.
Além do mais, Bolsonaro adotou nos últimos meses um tom mais pragmático e tem priorizado uma boa relação tanto com o Judiciário quanto com o Congresso Nacional, em contraposição ao discurso crítico da chamada velha política que marcou sua campanha eleitoral.
Em seu discurso nesta quarta, Bolsonaro se referiu novamente às críticas que têm recebido por suas indicações, sem fazer referência direta à escolha do novo ministro do STF.
DISSE BOLSONARO – “Nós fazemos um governo de peito aberto. E quando indico qualquer pessoa para qualquer local eu sei que é uma pessoa boa tendo em vista a quantidade de críticas que ela recebe em grande parte da mídia”, concluiu.
Nesta quarta-feira (7), Bolsonaro também confirmou que escolheu o atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, para assumir uma vaga de ministro do TCU (Tribunal de Contas da União).
“Encaminhei mensagem para o Senado Federal indicando o Maj R/1 PMDF, atual ministro da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira, para exercer o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União”, anunciou o presidente em uma rede social.
UM PM NO TRIBUNAL – Segundo o próprio presidente do TCU relatou a pessoas próximas no final de semana, Bolsonaro afirmou a ele que havia optado por Oliveira para a vaga no tribunal.
Formado em direito e policial militar aposentado, Oliveira é amigo de Bolsonaro e de seus filhos. O pai do ministro, o capitão do Exército Jorge Francisco, morto em abril de 2018, trabalhou no gabinete de Jair Bolsonaro por mais de 20 anos quando ele ocupou uma das cadeiras da Câmara.
Antes de Oliveira, o ministro da CGU (Controladoria-Geral da União), Wagner Rosário, era o mais cotado para o cargo. Como mostrou a Folha no mês passado, porém, o nome dele enfrenta resistência no tribunal.
Fonte: Folha de SP
MAZOLA
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