Por Pedro do Coutto –
Mais uma vez na história, um acontecimento, no caso um motorista de um caminhão que transportava George Washington de Oliveira Souza, impediu uma explosão próximo ao aeroporto de Brasília e, com isso, não só salvou vidas humanas como também contribuiu para que fosse desvendado um esquema de bolsonaristas extremados em desespero fanático para impedir a posse de Lula da Silva em 1º de janeiro.
Na Folha de S.Paulo, as reportagens foram de Camila Mattoso, Marcelo Roca e Marianna Holanda; no O Globo, de Aguirre Talento e Bruno Abud. Na edição do Estado de S. Paulo, escreveram Murilo Rodrigues Alves e Lauriberto Pompeo. O personagem da quase tragédia afirmou à Polícia Civil de Brasília que pretendia explodir um caminhão de combustível perto do aeroporto com o propósito de “dar início ao caos”, objetivando provocar uma intervenção militar no país.
ARMAMENTOS – Acrescentou que compartilhou a ideia com manifestantes que permanecem na porta do QG do Exército para dar início a um caos no país. Na casa do suspeito, policiais recolheram cinco explosivos semelhantes ao que ele transportava no caminhão, além de armas e um fuzil. Ele afirmou ser apoiador de Bolsonaro e que na compra dos armamentos gastou R$ 160 mil.
George Washington Oliveira Souza trabalha ou trabalhava num posto de gasolina no Pará. Caso o motorista do caminhão não tivesse chamado a Polícia, uma tragédia, ao que tudo indica, teria ocorrido. A questão se assemelha à explosão programada para 1º de maio de 1982 no Rio Centro, envolvendo o hoje coronel da reserva Wilson Machado e o sargento Antônio Rosário, que morreu no episódio.
A investida de George Washington comprova que existem planos alucinados de tentar absurdamente e inutilmente impedir a posse do presidente eleito. Revelou a profundidade e a verdadeira face dos que vão à quartéis na tentativa de induzir militares a um golpe contra a democracia e contra o legítimo resultado das urnas de outubro. Medidas de segurança certamente serão tomadas mais intensamente, pois não há o menor cabimento nos propósitos de extremistas da direita que recorrem a terroristas assumidos, como é o caso de George Washington, querendo impedir o cumprimento do resultado das urnas e do voto no país.
DESIGUALDADE – Na Folha de S. Paulo de ontem, reportagem de Leonardo Vieceli, com base em pesquisa do boletim da desigualdade nas metrópoles, assinala que a renda dos 40% mais pobres da população brasileira reagiu um pouco, mas está 22% abaixo da melhoria registrada em 2012. A renda per capita dos integrantes das famílias com menor rendimento passou a ser de R$ 251 por mês.
Isso porque as famílias, em média, no Brasil, são formadas por quatro a cinco pessoas. A melhora registrada de 2020 para 2022 foi que a renda média por pessoa – vejam só – subiu de R$ 171 para R$ 251 por mês, e a renda média familiar avançou, diz o Instituto, de R$ 1463 para R$ 1470.
ESTAGNAÇÃO – Como se observa, houve estagnação se levarmos em conta a inflação, mesmo a do IBGE, para o período 2020-2022. A questão da desigualdade de renda, expressão que vem sendo adotada de alguns anos para cá – a meu ver- não é a mais adequada. Desigualdade sempre irá existir, até porque as pessoas não são iguais e nem a sua capacidade de produção se equilibra entre os seres humanos como se adotássemos uma média aritmética. Não trata-se disso.
Trata-se, isso sim, de ter uma política justa de salário e que os salários não percam para a inflação real do país, sobretudo porque os preços dos alimentos disparam e se distanciam cada vez mais da renda dos trabalhadores e funcionários públicos, incluindo o das estatais, cuja remuneração é melhor do que a média do mercado de trabalho.
PEDRO DO COUTTO é jornalista.
Enviado por André Cardoso – Rio de Janeiro (RJ). Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com
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