Por Miranda Sá –
A história do cérebro humano mostra que este órgão é gradualmente maior em relação ao tamanho do corpo após a evolução dos primatas para os hominídeos e, finalmente, para o que nós somos hoje.
O caminho percorrido desde anteriores dois milhões de anos, progrediu a partir do Homo Erectus, descoberto por Eugène Dubois em Java, na Indonésia, entre 1891 e 1892. Foi classificada como uma espécie asiática, embora tenham sido encontrados fósseis similares na África.
O Homo Erectus já caminhava de forma ereta (daí o nome erectus); vivia em pequenos grupos familiares, usava ferramentas de pedra na caça e na coleta, e, provavelmente, dominou o fogo.
Progredindo na linha do tempo, esses ancestrais humanos tinham a capacidade de se comunicar, pois seu cérebro já funcionava comparável à dos humanos modernos; e as pesquisas científicas mostram o cérebro como o centro de controle do corpo, processando informações pelos sentidos, audição, olfato, paladar, tato e visão.
Como verbete dicionarizado, “Cérebro” é um substantivo masculino de etimologia latina “cerĕbru-idem”, órgão anatômico situado na parte anterior e superior do encéfalo, que assume as funções psíquicas, nervosas e a atividade intelectual.
O cérebro é composto por dois hemisférios (esquerdo e direito) e cinco lobos cerebrais, ficando protegido pelo crânio, suspenso no líquido cefalorraquidiano e isolado da corrente sanguínea pela barreira hematoencefálica.
Atribui-se ao cérebro a responsabilidade pela atividade natural e especial das emoções, da inteligência, comportamento, linguagem, memória, raciocínio e razão; recebe informações dos sentidos e as processa.
Com esta estrutura, o órgão é consequentemente responsável por transmitir os sinais de dor por todo o corpo, mas, em si, não sente dor, limitando-se a satisfazer movimentos corporais e dar pasto aos processos psíquicos que resultam na consciência individual.
É a consciência que leva a pessoa centrar-se na realidade em que vive, e escolher entre servidão ao pensamento dominante ou libertar-se das ilusões e superstições para alcançar a felicidade individual, como pregou Buda.
Como conceito filosófico, a consciência é uma qualidade psíquica, fundamento e modelo de todo o conhecimento, segundo Descartes e o seu truísmo: “penso, logo existo”.
Neste campo da mente e do pensamento humano, o Cérebro é fonte de estudos desde 1882, quando Freud, recém-formado, estudou no Hospital Geral de Viena com Theodor Meynert na clínica psiquiátrica; e, mais tarde, em 1885, com o médico francês Charcot, no Hospital Salpêtrière (Paris, França).
Então surgiu a Psicanálise como método científico descobrindo que os processos psíquicos passam e ficam arquivados de modo inconsciente e assim a Psicologia penetrou na “mitologia do cérebro”, revolvendo a vida psíquica através da análise deste mecanismo.
Todos estamos protagonizando as condições gerais da consciência, por isto, não foi por acaso que Freud escreveu que a humanidade, em todo o seu conjunto, era paciente sua. E como pacientes, deitados no divã da curiosidade, estamos nós, conscientes, não integrando a base da massa predisposta ideologicamente à servidão política do culto às personalidades.
Produtos das relações sociais e das suas contradições, somos realmente conscientes das nossas aspirações, coerentemente defensores da liberdade, comportando-nos condizente com a luta contra o oportunismo político e o obscurantismo religioso.
São execráveis a direita reacionária bolsonarista e a enfermiça esquerda lulista, ambas assumindo a ideologia distorcida do populismo.
MIRANDA SÁ – Jornalista profissional, blogueiro, colunista e diretor executivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como a Editora Abril, as Organizações Globo e o Jornal Correio da Manhã; Recebeu dezenas de prêmios em função da sua atividade na imprensa, como o Esso e o Profissionais do Ano, da Rede Globo. mirandasa@uol.com.br
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