Por Isa Colli

No hospital infantil belga l’Huderf (Reine Fabiola), uma referência para tratamento dos pequenos, a quantidade de hospitalização é de 19 crianças desde o início da crise, sete das quais ainda estavam sendo mantidas no hospital na segunda-feira (19). Todas com idade entre menos de 1 até 10 anos.

A pergunta que não quer calar. Então, as crianças de 1 a 10 anos não são poupadas do Covid-19?

Segundo o pediatra do Huderf, professor Smeesters, esse vírus é covarde, desonesto que atinge a todos, mesmo que às crianças em menor proporção.

“Se observamos mais casos entre os menores de um ano, é porque tendemos a monitorar mais a febre deles. Para aqueles com mais de dez anos, é porque, quanto mais cresce uma criança, mais se aproxima de um corpo maduro, adulto, dessa forma, maior o risco de atingirmos picos. Em geral, agora podemos dizer que as crianças como um todo são mais poupadas do Covid-19. As exceções existem, é claro, mas isso também se aplica à gripe, que mata crianças todos os anos, mas não falamos muito sobre isso”.

Em termos de hospitalizações de crianças com Covid-19 no Huderf, o professor Smeesters confirma que nenhuma delas foi transferida para terapia intensiva ou mesmo intubada: “Às vezes, as internações duravam 24 horas apenas para mantê-las sob observação, mas nada sério”.

O especialista sabe o quanto os pais podem se preocupar com o risco que o coronavírus representa para os filhos, mas ele acredita não há nada para se alarmar para a juventude.

Em termos, crianças que são vetores do Covid-19 são agentes eficientes na transmissão do vírus. Por outro lado, o professor Smeesters diz que mente quem afirma que as crianças transmitem o vírus menos ou mais que os adultos pois, até o momento, ainda não existem ferramentas científicas e dados médicos para responder a essa pergunta. A única coisa verdadeira é que a transmissão geralmente está ligada à extensão da doença e se desenvolve muito menos em crianças. Covid-19 é novo e, portanto, ninguém sabe se isso é verdade ou não neste caso”.

Otimista sobre o impacto do Covid-19 em nossos jovens, o professor Smeesters está mais preocupado com outras patologias que não estão mais sendo analisadas devido ao medo dos pais. E lá ele insiste: “Seja razoável e não hesite em ir ao hospital quando necessário. Também é a saúde de seus filhos, e a sua saúde. É muito importante não deixar de marcar consultas. Você deve mostrar a sua criança, ou os considerados grupos de risco, aos médicos porque as consultas por telefone às vezes não são suficientes”.

Muita gente morrendo de várias outras doenças graves e tudo sendo colocado na conta do Covid-19 para que os países recebam os benefícios de ajuda global e até mesmo possam decretar estado de calamidade pública e comprar o que desejarem sem prestar conta à sociedade.

O médico ainda alerta para a desonestidade de políticos mundo afora que aproveitam o momento para juntar dinheiro para as suas campanhas, mesmo que para isso precisem empilhar corpos.


ISA COLLI – Escritora ítalo-brasileira, de Presidente Kennedy, Espírito Santo, atualmente reside em Bruxelas, na Bélgica. Jornalista e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre. Começou a escrever aos 12 anos, sempre preocupada com o futuro do meio ambiente, e como ensinar as crianças a preservá-lo, atenta aos anseios humanos e às suas dúvidas em relação à vida. Seu primeiro livro foi editado em 2011. O romance, ‘Um Amor, um Verão e o Milagre da Vida’. Porém a partir de 2013, consagrou seu tempo à literatura infantil e conta em 2019 com mais de dez títulos editados, que abordam temas como a sustentabilidade e a necessidade de proteção ao meio ambiente, o respeito pelo próximo, a tolerância às diferenças e a valorização do consumo de alimentos saudáveis e sem agrotóxicos. A autora tem por alicerce a família, em especial, o esposo José Alves Pinto e os filhos Valdeir e Philip. E o sonho de transformar o mundo por meio da escrita, que é o seu principal combustível.