Redação –
Oposição quer ouvir Drauzio na CPI; governistas pedem Doria.
A CPI da covid já recebeu, antes mesmo da primeira votação sobre planos de trabalho, cerca de 220 requerimentos para depoimentos e convites para esclarecimento de fatos. Um dos convites é direcionado ao oncologista Dráuzio Varella, que também é colunista do jornal ‘Folha de S. Paulo’ e apresentador na TV Globo. O médico paulista aparece como um dos convidados em um requerimento do senador Humberto Costa (PT-PE), parte da oposição na comissão.
O nome de Dráuzio Varella veio junto a outros médicos, infectologistas e estudiosos com ação reconhecida durante a pandemia: a pesquisadora Natália Pasternak, do Instituo Questão de Ciência, aparece no mesmo pedido, junto ao primeiro presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gonzalo Vecina Neto, o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão e a pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Margareth Dálcomo. Todos estes têm opiniões que são contrárias à maneira como a pandemia vem sendo tratada pelo governo – como o caso de Temporão, que defendeu uma postura do país em prol da quebra de patentes das vacinas.
“Os convidados conhecem a situação e as políticas públicas que deveriam ter sido aplicadas”, justificou Humberto Costa em seu pedido. “Alguns, por serem representantes de gestores de saúde, inclusive, ex-ministro da Saúde, e, outros, por serem médicos, biólogos, acadêmicos e/ou cientistas de grande respeitabilidade nacional e internacional, certamente contribuirão para que os integrantes desta Comissão possam avaliar os fatos com a profundidade que merecem.”
Convite da base de Bolsonaro
Já o senador Marcos Rogério (DEM-RO) apresentou nesta quarta-feira um pedido para que João Doria (PSDB), governador do estado de São Paulo, compareça à CPI para prestar depoimento. O governador tem antagonizado as ações do Palácio do Planalto, seja em ações contra a pandemia, seja na produção e distribuição de vacinas.
O objetivo da convocatória, argumenta o parlamentar, é analisar o colapso de insumos para o combate à covid no estado do Amazonas, assim como no enfrentamento da pandemia pelo governo federal – para isso, o governador paulista teria muito a colaborar. “Diante deste contexto, pensamos que a convocação supracitada será de importância singular para que exponha sua atuação e seus conhecimentos sobre os fatos acima relacionados, o que, por si só, justifica a convocação para essa CPI”, escreveu Marcos Rogério.
Até o início desta noite, havia requerimentos direcionados a diversas pessoas: o ex-assessor do ministro Eduardo Pazuello, Markinhos Show, era alvo de dois requerimentos; o próprio general é alvo de 12 pedidos; Nelson Teich, de cinco. Luiz Henrique Mandetta, que deve prestar depoimento na próxima terça-feira (4), já tem seis pedidos em seu nome.
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Freixo diz que milícias têm digitais de Bolsonaro e pede CPI na Câmara
O deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ), que presidiu a CPI das Milícias na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro em 2008, quer instalar, agora na Câmara Federal, nova CPI para investigar a atuação dos criminosos. Em discurso na Câmara nesta quarta-feira (28), o parlamentar afirmou que a expansão das milícias é resultado da relação com a política e afirmou haver as “digitais” da família Bolsonaro neste processo.
“Mais de 70% da população está dominada por algum grupo criminoso na cidade do Rio de Janeiro […] E isso é um projeto de poder. Um projeto de poder que tem as digitais da família que hoje está no Palácio do Planalto. Porque vem de lá esta relação de crime, polícia e política se nacionalizou através da eleição de Bolsonaro”, disse o deputado.
“Não é um Estado paralelo. É um projeto de sociedade miliciana que interessa à muita gente, que interessa a fragilidade das instituições, a violência policial, a fragilidade da lei. É um projeto de sociedade que está em disputa no Brasil”, afirmou.
“Esse projeto de mexicanização, que hoje tem seu representante da relação entre crime, polícia e política no Palácio do Planalto tem que ser enfrentado. Nós temos que aqui abrir uma CPI da Milícia e investigar”, disse ainda Freixo.
Relatório
Na tribuna, o deputado apresentou um relatório feito por pesquisadores da Universidade Federal Fluminense que mostra a expansão da milícia na cidade do Rio de Janeiro. Segundo Freixo 41 bairros da cidade estão sob domínio miliciano.
Fonte: Congresso em Foco
MAZOLA
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