Redação –
A corrida para se filiar a um partido para disputar a reeleição em 2022 continua para o presidente Jair Bolsonaro. Dessa vez, intensificaram-se as conversas com o PTB por intermédio de seus filhos o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e condicionou sua filiação à escolha de candidatos em estados importantes e à moderação do tom de Roberto Jefferson, presidente afastado do partido. As imposições não foram bem recebidas e causaram desentendimento na legenda, aponta O Globo.
Segundo o jornal, as negociações foram feitas pelo senador Flávio Bolsonaro em reunião com Otávio Fakhoury, presidente do diretório do PTB em São Paulo, na semana passada. O encontro não contou com a presença de Graciela Nienov, que assumiu a presidência do partido depois que Roberto Jefferson foi preso por ameaças feitas ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“Essa reunião não teve fruto do PTB. Não estava sabendo. Eu quero deixar claro que ele não fala pelo partido”, disse Graciela. Ela afirma que o problema foi resolvido com Fakhoury em um telefonema e diz que a família Bolsonaro seria muito bem-vinda no partido.
Da cadeia, Roberto Jefferson escreveu uma carta de próprio punho em que dá apoio a Graciela e critica Otávio Fakhoury. No recado, o ex-deputado pede a criação de um conselho consultivo interno que seja capaz de dar poderes para Graciela “dissolver provisórias e expulsar murmuradores”.
Isso porque Graciela atribui as críticas vindas do partido ao jornalista Oswaldo Eustáquio, o deputado Nivaldo Albuquerque, de Alagoas, e a ex-deputada e filha de Jefferson, Cristiane Brasil, também filiados ao partido. A presidente adiantou que pretende tomar essas providências a partir da próxima semana.
Flávio Bolsonaro confirmou a reunião com Fakhoury, mas disse que a decisão final depende do pai e do próprio Roberto Jefferson.
“A conversa (com Fakhoury) foi boa, mas acho que, antes de qualquer decisão de ir para o PTB, teria que ter uma conversa direta do presidente Bolsonaro com o Roberto Jefferson, o que agora não é possível”, esclareceu.
Na reunião, o filho 01 do presidente pediu que Jefferson baixasse o tom contra os ataques ao STF e condicionou a escolha ao partido à nomeação de candidatos ao Senado de alguns estados, sobretudo no Nordeste. A condição tenta amenizar o risco das derrotas que o governo federal vem sofrendo na Casa, sendo o Nordeste o principal entrave político, já que é a região em que Lula, principal adversário de Bolsonaro nas urnas do próximo ano, tem mais apoio.
Fonte: Congresso em Foco
MAZOLA
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