Redação –
O presidente da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, Jorge Felippe (DEM), disse nesta 3ª feira (1º.set.2020) que a Casa votará na 5ª feira (3.set.2020) a abertura de processo de impeachment contra o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos).
O pedido foi protocolado pelo Psol. O partido baseia-se em reportagem sobre os “Guardiões do Crivella”, do Jornal Nacional (TV Globo), que mostrou que a prefeitura carioca mantém 1 esquema de plantão de funcionários nas portas de hospitais públicos da cidade para atrapalhar jornalistas e impedir que a população denuncie aos repórteres a situação da saúde pública.
O presidente Jorge Felippe decidiu aceitar a solicitação e a votação será levada ao plenário. O demista poderia ter recusado monocraticamente o pedido.
Para que o inquérito seja aberto, é necessário que mais de a metade dos vereadores votem nesse sentido. Dos 51 membros da casa, pelo menos 26 precisam consentir com o início das investigações.
Crivella está em seu 1º mandato no comando do Palácio da Cidade. Acaba em 1º de janeiro de 2021. Contudo, o prefeito é pré-candidato à reeleição pelo Republicanos. Caso seja deposto, terá seus direitos políticos suspensos por 8 anos e não poderá concorrer.
Em 2019, Crivella foi alvo de outro processo de impeachment, aberto devido a supostas irregularidades na renovação do contrato da exploração do mobiliário urbano por empresas de publicidade. Contudo, em junho os vereadores rejeitaram a deposição.
ENTENDA: “OS GUARDIÕES DO CRIVELLA”
Segundo a TV Globo, os funcionários se organizam por meio de grupos no WhatsApp. Um deles tem o nome de “Guardiões do Crivella”, em referência ao prefeito da cidade, Marcelo Crivella (Republicanos). A emissora constatou a existência de outros 2 grupos com a mesma finalidade: “Assessoria Especial GBP” (gabinete do prefeito) e “Plantão”. Nos grupos, os funcionários públicos ficam sabendo para qual hospital devem se dirigir e enviam foto no local para “bater o ponto”.
A reportagem teve acesso ao conteúdo das mensagens enviadas. Em uma ocasião, os funcionários foram repreendidos depois que a reportagem ao vivo de 1 jornalista não foi interrompida. A Globo mostrou imagens com “invasões” vividas por jornalistas da emissora e ocasiões nas quais entrevistas tiveram que ser interrompidas.
Um dos funcionários destacados para a missão contou à TV Globo que a tática foi colocada em prática no fim de 2019. “Nós temos essa missão lá [hospitais públicos] há mais de 8 meses. Antes, já estava funcionando, mas quando entrou a covid em março, ficou todos os dias. Existe plantão nas unidades para poder cercear a imprensa”, falou.
Em nota, a prefeitura do Rio de Janeiro disse que “reforçou o atendimento em unidades de saúde municipais no sentido de melhor informar à população e evitar riscos à saúde pública, como, por exemplo, quando uma parte da imprensa veiculou que 1 hospital (no caso, o Albert Schweitzer) estava fechado, mas a unidade estava aberta para atendimento a quem precisava. A Prefeitura destaca que uma falsa informação pode levar pessoas necessitadas a não buscarem o tratamento onde ele é oferecido, causando riscos à saúde”.
Fonte: Poder360
MAZOLA
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