Por Bolivar Meirelles –
Sim, sem dúvidas, três fortes lideranças populares. Em tempos diversos, naturalmente. Por ordem, Luiz Carlos Prestes, “o Cavaleiro da Esperança”; Getúlio Vargas “o Ditador do Estado Novo”; Lula, “o Sindicalista”, Presidente da República.
Hoje, a letra e música que levou Getúlio ao mandato eleito: “Bota o retrato do Velho outra vez…bota no mesmo lugar…o retrato do velhinho faz a gente trabalhar…”
“A história não se repete,…apenas como farsa”. Karl Marx.
Qualquer bom marqueteiro de campanha política, estaria ou estará pensando, no entanto, em usar na campanha presidencial de Lula a música com a letra da campanha de Getúlio Vargas, em 1950. O Ditador voltando com o voto popular. “Bota o retrato do velho outra vez…bota no mesmo lugar…o Retrato do velhinho faz a gente trabalhar”…”De Norte ao Sul, de Leste a Oeste…o Povo todo grita Luiz Carlos Prestes!”. Um prendeu o outro. O Revolucionário Luiz Carlos Prestes preso pelo autoritário Ditador Getúlio Dorneles Vargas. Mentira! Prestes nunca apoiou o Ditador. O PCB foi contra afastar o desvalido Ditador, através de Golpe de Estado. Fraco, Getúlio já havia convocado a Constituinte, aberto a formação de Partidos Políticos, até o PCB legalizado…, por oportunismo político, Getúlio cria o PTB. Força política capaz de enfrentar o PCB. Resíduos de nacionalismo burguês em Getúlio Vargas. Porta aberta das prisões…o líder comunista sai da cadeia… Prestes se elege Senador. O mais votado. Bancada federal de deputados comunistas. Importância fundamental. Getúlio apoia a Presidente o traidor golpista que se compôs com a UDN e o Império Norteamericano para o Golpe que o derrubou. Dutra entreguista. No anticomunismo se entendiam. Getúlio e Dutra. Eduardo Gomes seria problema pior a Getúlio para a volta ao Poder.
“Bota o Retrato do Velho outra vez,…bota no mesmo lugar,…o retrato do velhinho faz a gente trabalhar…”. É, Getúlio volta em 1950 com o voto popular. Candidato imbatível. Demagogo, fez o povo entendê-lo como “pai dos pobres”…”mãe dos ricos”…, naturalmente. Enfrentou todos, “a ferro e fogo”, em defesa da burguesia industrial. Prisões e torturas, “Filinto Miller” à frente. Aurélio Góes Monteiro. Eurico Gaspar Dutra. Fascistas esses três. O importante é o que “deu a entender ao povo”. Interesse burguês, luta proletária, leis trabalhistas. Consolidação das Leis do Trabalho. Leis conquistadas por luta popular, não doadas por Getúlio. Importante a imagem que fica. “Trabalhadores do Brasilll”. Sim Brasilll… Haja contundente forma de ganhar os trabalhadores para o projeto burguês, ainda possível, à época. Indústria Nacional. A Petrobrás só foi assinada pelo ex ditador populista por forte pressão popular e com ponderáveis parcelas de militares no Clube Militar. Generais Horta Barbosa e Estilac Leal à frente. Clubes civis, Associação Brasileira de Imprensa… Povo nas ruas. “0 Petróleo é Nosso!”. Manobreiro, também, Getúlio Vargas assina o Acordo Militar Brasil Estados Unidos. Submissão ao Império Norteamericano. Prestes e o então PCB sabiam quem era Getúlio Vargas. Esse, manobreiro. O PCB anula o voto presidencial em 1950.
Como Terrível Ditador, impunha, Getúlio, a ferro e fogo, os interesses de uma Burguesia Industrial Emergente.
Lula é Lula não é o que desejamos que ele seja. Leiamos, em conjunto, “O que fazer?” de Lenin. Sindicalista é uma coisa, revolucionário é outra. Lula é o possível. Enfrentar o fascismo de extrema direita do capitão Jair Bolsonaro. Lula também é o possível a enfrentar o neoliberalismo explicitado como o dos ex bolsonaristas João Dória, Mandeta e outros que se colocam como candidatos de uma terceira via, (privatizar a Petrobrás, a Eletrobrás, os Correios, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal…). No essencial os neoliberais, na forma do fascismo atual ou fantasiados de Democratas, se entendem. Massacradores dos servidores públicos e dos trabalhadores.
Cuidado! A realidade política é como a que se apresenta. O tempo é outro. Temos de navegar na dialética do possível. Saber como lidarmos. Talvez tenhamos de votar num possível afastador do pior, o fascismo e o neoliberalismo radical. Depois, “quem sabe?”…estaremos na oposição. Agora, em 2022, vindouro, teremos de colocar nosso voto pensando em dois slogans “De Norte a Sul, de Leste a Oeste” e “Bota o Retrato do Velho outra vez, bota no mesmo lugar”.
É o que melhor para uns e umas ou…menos mal para outras pessoas, se coloca. Quem sabe?
BOLIVAR MARINHO SOARES DE MEIRELLES – General de Brigada Reformado, Cientista Social, Colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre, Mestre em Administração Pública, Doutor em Ciências em Engenharia de Produção, Pós Doutor em História Política, Presidente da Casa da América Latina.
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