Por Jeferson Miola –
Bolsonaro é responsável direto pelo terrorismo que as hordas fascistas promovem desde a vitória do Lula em 30 de outubro.
O silêncio de dois dias depois do TSE proclamar o resultado da eleição e o pronunciamento ambíguo dele em 1º/11 funcionaram como assobio para a matilha fascista partir para a ação terrorista e barbarizar o país [aqui e aqui].
No pronunciamento, Bolsonaro legitimou os atos terroristas dos seus apoiadores nas rodovias do país e adicionou ainda mais gasolina na fogueira: “Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça como se deu o processo eleitoral”, alegou.
Este discurso calculado tem como objetivo central deslegitimar a vitória do Lula e deflagrar uma mobilização permanente e violenta de contestação do resultado da eleição e de combate às regras da democracia.
A recusa dele em aceitar o resultado, embora útil para os propósitos de causar baderna, tumulto e caos, é ilegal e inconstitucional. É crime. E é crime contra a ordem democrática.
Bolsonaro é incompatível com a democracia.
Na realidade, ele não tem e nunca teve absolutamente nenhum compromisso com a democracia. Age e sempre agiu propositalmente para destruir a convivência democrática, pacífica e respeitosa.
A trajetória política dele é marcada por práticas antidemocráticas e terroristas desde quando ele ainda era capitão do Exército brasileiro. Sempre foi um baderneiro e terrorista.
Bolsonaro defende a ditadura, a tortura, torturadores e ditadores sanguinários. O caos que ele cria no país com a horda de fascistas não é nenhuma novidade nesta trajetória delinquente e de banditismo político.
Na Presidência, Bolsonaro corroeu as instituições de Estado e as infiltrou com elementos de extrema-direita, muitos dos quais vinculados ao submundo do crime, que corroeram o Estado de Direito por dentro. As instituições foram milicianizadas à imagem e semelhança dos vínculos do clã Bolsonaro com as milícias do Rio de Janeiro.
Os distúrbios terroristas que atormentam a sociedade brasileira e causam enormes prejuízos econômicos e materiais ao país são planejados, financiados e coordenados por empresários inescrupulosos, políticos, fundamentalistas religiosos e outros agentes bolsonaristas.
A baderna em andamento é linha oficial de governo. Não há distinção entre os bandos criminosos nas rodovias e os elementos fardados ou engravatados que teoricamente representariam o Estado, mas são lenientes, quando não partícipes diretos da baderna.
É impossível distinguir entre quem é um terrorista e quem é um agente da Polícia Rodoviária Federal, tal a simbiose entre terroristas e falangistas infiltrados nas instituições públicas do país.
Bolsonaro estica a corda e reforça o delírio para manter as hordas fascistas em permanente estado de transe. Apostam no caos e na baderna na ilusão de, assim, magicamente poderem requisitar a intervenção das Forças Armadas.
Bolsonaro não tem nada a perder. É um criminoso desesperado que está com os dias contados até sentar nos bancos de réus de tribunais brasileiros e internacionais.
No desespero, Bolsonaro arrasta o país para o precipício, na ilusão de que assim conseguirá escapar do seu encontro com a justiça.
PS: o apelo do Bolsonaro às 19:38h pedindo a desobstrução das rodovias mas mantendo o clima de contestação do resultado eleitoral, é o auto-reconhecimento da responsabilidade direta dele no terrorismo em curso.
JEFERSON MIOLA – Jornalista e colunista desta Tribuna da Imprensa Livre. Integrante do Instituto de Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre (Idea), foi coordenador-executivo do 5º Fórum Social Mundial.
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