Por Jeferson Miola

O isolamento mundial de Israel aumenta a cada dia. Acelera na mesma velocidade e na mesma proporção em que suas atrocidades sobem na escala de horrores.

Os EUA tardaram a manifestar discordância com Lula depois que ele equiparou a realidade vivida pelo povo palestino sob o regime nazi-sionista de Israel com a realidade padecida pelos judeus nos campos de concentração de Hitler na Alemanha dos anos 1933/1945.

A Administração Biden ensaiava aprovar no Conselho de Segurança da ONU a resolução da Argélia [20/2] de cessar-fogo imediato e de proibição da agressão terrestre no Gueto de Rafah. Na última hora, porém, decidiu vetar, num gesto que pode ser interpretado como uma manobra para impedir o protagonismo decisivo do Brasil a partir da baliza estabelecida pelo presidente Lula sobre o genocídio palestino.

A sabotagem estadunidense contra o protagonismo do Brasil no mundo não tem nada de original. Apenas repete a atitude do ex-presidente Barack Obama, que em 2010 detonou o acordo intermediado por Brasil e Turquia sobre o programa nuclear do Irã.

Para o império estadunidense, é inadmissível que um país estratégico como o Brasil se atreva a agir como gente grande na geopolítica mundial.

O alinhamento incondicional das potências européias e dos países satélites do EUA com Israel também já não mostra a mesma coesão histórica. Netanyahu não recebeu solidariedade de ninguém.

Da extrema-direita com peso político internacional relevante, apenas a primeira-ministra italiana Georgia Meloni criticou a posição brasileira. Outros expoentes extremistas como Trump, Orkán, Milei, Zelensky etc, silenciaram.

Lula conseguiu uma repercussão estrondosa na mídia de todos os continentes. Ainda que propagada com viés negativo, a informação catalisou o sentimento crítico da sociedade civil mundial, fator que contribui para aumentar a pressão social sobre os governos nacionais para que façam algo para deter urgentemente a limpeza étnica nos territórios palestinos.

Os reveses para Israel são notáveis. Até mesmo a realeza britânica, habitualmente discreta e omissa, agora clama pelo fim das monstruosidades em Gaza. “O mais rapidamente possível”, pede o príncipe William.

Com o auxílio da mídia hegemônica, a extrema-direita bolsonarista tenta instrumentalizar o discurso do Lula para a luta política hipócrita. E baseada em mentiras e trapaças.

O bolsonarismo aproveita para tentar recuperar a iniciativa política e sair do canto do ringue onde se encontra diante da possibilidade iminente da prisão do Bolsonaro. Os extremistas até articulam um processo de impeachment, mas o movimento não terá fôlego para prosperar, tal o descabimento.

Levantamentos mostram que o governo ganhou terreno nas redes sociais e mídias digitais, e até está conseguindo sobrepujar o extremismo.

Depois de amargar uma goleada de 9 a 1 no primeiro dia [18/2] de repercussão da opinião do Lula, gradualmente o campo de apoio do governo foi se encorajando na disputa pública; e, com isso, crescendo.

À medida em que não só Lula, mas também ministros do governo, políticos e parlamentares da base radicalizaram o enfrentamento às mentiras sionistas e repuseram a verdade, aumentou o ativismo digital das suas bases.

A métrica evidencia que no segundo dia [20/2] da luta contra a brutal propaganda sionista, o jogo virou, e já se percebe uma leve maioria pró-governo nas redes sociais.

Na mídia internacional tem goleada. As manifestações de apoio à opinião do Lula ganham por 7 a 3 nas postagens em inglês, segundo o DataFórum. Isso tem poder de pressão social por providências para o fim do genocídio.

Como disse Celso Amorim, Lula sacudiu o mundo e isolou Netanyahu. As ofensas infames, mentiras e provocações do chanceler sionista contra Lula são sintomas do desespero israelense com essa realidade.

Quanto mais violentos os ataques e as infâmias do regime nazi-sionista ao presidente Lula, tanto maior será a repulsa mundial a Israel e tanto maior será a influência do Lula na cena mundial.

O mundo inteiro dá razão a Lula, porque é impossível negar que o sionismo pratica contra os palestinos as mesmas barbaridades que Hitler praticava contra os judeus.

Não é uma questão de escala, mas de método idêntico. Até mesmo se fosse uma questão de escala, os Holocaustos de povos originários e colonizados significaram aniquilamentos de magnitudes superiores ao extermínio de judeus sob a Alemanha nazista.

JEFERSON MIOLA – Jornalista e colunista desta Tribuna da Imprensa Livre. Integrante do Instituto de Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre (Idea), foi coordenador-executivo do 5º Fórum Social Mundial.

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