Por José Macedo

Art. 212, do CP (Código Penal) – O crime de peculato  tem como objetivo punir o funcionário público que, em razão do cargo, tem a posse de bem público e se apropria ou desvia o bem, em benefício próprio ou de terceiros, pena de prisão de 02 a 12 anos.

Os fatos, ora narrados, ocorreram nos anos, 2021 e 2022, ao apagar das luzes do mandato do Bolsonaro.

Nesse tempo, negociava e vendeu a Refinaria Landulpho Alves, localizada, em Mataripe, Bahia.

O então presidente, mandatário, representante legítimo do Estado Brasileiro recebeu do Governo Saudita milionários  presentes.

A relação era entre Estados soberanos, enfatize-se.

A lei é sábia, conceitua quais são os presentes de natureza personalíssima, o que não inclui presentes milionários.

No caso concreto, as joias distinguem-se dos itens de natureza personalíssima, considerando sua natureza e valor.

Ao que parece, os valiosos presentes revelam a euforia árabe, após a  finalização do negócio, compra da  Refinaria.

A comitiva sob o comando e orientação do então presidente tentou, sorrateiramente, burlar a lei, enganando a Alfândega, não   declarando a lista dos presentes.

O mais grave: Após, a assinatura do Contrato de Compra e Venda, peritos concluíram que, a Refinaria Landulpho Alves foi vendida por um preço vil, ou seja, 30% do valor periciado.

Pergunto: Por que burlar a Alfândega e não declarar as inexplicáveis bondades dos árabes?

O bom senso deu a resposta e, certamente, será confirmada, no curso do processo.

Restou comprovado que, no dia 30 de dezembro, ainda no exercício de seu mandato, Bolsonaro saiu do Brasil e usou do avião presidencial, levando as joias para os Estados Unidos, oferecendo-as ao mercado especializado internacional.

O bom senso e, não é necessário ser um operador do direito, para justificar a prisão preventiva do ex-presidente.  Seguramente, ele interferiu, até aqui e, interferirá nas investigações, consequentemente, no andamento do processo.

Os últimos acontecimentos e as investigações da Polícia Federal colocaram no centro das investigações o general Mauro Lourena Cid, pai do Ten. Coronel Cid é preso, ex-ajudante de ordem do então presidente e, seu escudeiro advogado, Wassaf, o mesmo que escondeu o Queiroz. O advogado prestou-se para oferecer ao mercado comprador de joias e, em seguida, recomprá-las, por força das investigações.

A atuação do advogado desmoraliza e é uma lástima para a advocacia.

As investigações avançaram, os elementos objetivos estão presentes e justificam, por si só, a prisão do ex-presidente, até porque, solto, significa, repito, a possibilidade de obstrução de provas e interferência, desmoralizando as instituições e a ordem pública.

Essa conclusão funda-se no potencial criminoso do então presidente, capaz de tudo, sem qualquer escrúpulo, para obtenção de vantagens e favorecimentos pessoais e ilícitos, como o fez, implantando na Presidência da República o modus de atuação das organizações criminosas, cercando-se de militares e auxiliares suspeitos.

Muitos de seus fanáticos seguidores acreditavam em seu falso slogan, eivado de moralismo, traços fortes e visíveis do nazifascismo, configurados no “Deus acima de tudo, Brasil acima de todos”.

Seus crimes começam a ser  enxergados pelos fanáticos seguidores, reacionários da extrema direita.

Os requisitos necessários para sua prisão estão presentes na lei processual penal à espécie.

O artigo 312, do CP. (Código Penal) define o crime de peculato, doloso, crime de funcionário público, pena, de 02 a 12 anos.

Bolsonaro nunca separou o público do privado, usou do mandato para a prática de ações criminosas, em série, locupletando-se, beneficiando familiares e asseclas.

Por repetidas vezes, Bolsonaro envergonhou e maculou o exército brasileiro, o que é, sobejamente, sabido.

Quem não se recorda?  Por isso, deixou  exército compulsoriamente.

Esse é o Bolsonaro, que chegou a ocupar, por 04 anos, o mandato de presidente da República do Brasil!.

Como? Até hoje, estou estarrecido!

Seu discurso, pontuado em slogan religioso, clichês bíblicos, no anticomunismo e antipetismo, iludiu  a massa amorfa e conservadora, assim como membros de igrejas pentecostais, parcelas reacionárias do país.

A saciedade brasileira politizada e educada desse país tem uma missão, ou seja, a de incluir nosso país no rol das nações civilizadas, vencer o conservadorismo e o analfabetismo político, através do ensino e da educação  afastar, de vez, esses estelionatários e grandes criminosos da vida pública.

Bolsonaro, a evolução de um muambeiro! - por Emanuel Cancella - Tribuna da Imprensa Livre

JOSÉ MACEDO – Advogado, economista, jornalista e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre.

Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


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