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Após 2 anos, receita do turismo no mundo está perto do nível pré-pandemia; Turismo náutico ganha pacote de ações para desenvolvimento no Brasil – por Iluska Lopes
Cenário econômico de 2022 pode ser complicador para o setor. (Thinkstock/Thinkstock/Choreograph)
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Após 2 anos, receita do turismo no mundo está perto do nível pré-pandemia; Turismo náutico ganha pacote de ações para desenvolvimento no Brasil – por Iluska Lopes

Por Iluska Lopes

Para esse ano, o World Travel & Tourism Council (WTTC) espera que o turismo movimente US$ 233 bilhões, um crescimento de 48% em relação à 2020.

Há exatamente dois anos, no dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS), declarava o início da pandemia de Covid-19. Com fronteiras fechadas, voos cancelados e pessoas confinadas, o turismo foi acertado em cheio.

Segundo dados do World Travel & Tourism Council (WTTC), em 2020, o turismo perdeu 4,5 milhões de dólares em receita no mundo todo. No mesmo período, o setor, que antes respondia por um a cada quatro empregos, demitiu 62 milhões de trabalhadores globalmente.

Porém, dois anos depois do início da pandemia, o avanço da vacinação e o fim das medidas de isolamento social ajudam o turismo aos poucos recuperar parte das perdas.

Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostram que, em 2021, apesar de deixar de faturar 214 bilhões de reais, o setor conseguiu crescer 21,1% em comparação ao ano anterior, no auge da crise.

Como Dubai, Rio de Janeiro tornou-se polo de nômades digitais. (Imagem: Getty Images)

Para este ano, o WTTC espera que o turismo movimente 233 bilhões de dólares, o que representa um crescimento de 48% em relação à 2020 e próximo ao patamar pré-pandemia, em 2019, quando as empresas ligadas à indústria faturaram 267 bilhões de reais.

desemprego no segmento, porém, continua sendo um problema. “Ainda temos 40 mil vagas formais para serem recriadas a ponto de chegarmos aos patamares de 2019”, diz Mariana Aldrigui, professora da USP e conselheiro da WTM Latin America.

Empresas se reinventaram

Para passar pelo período mais difícil, hotéis, agências e outras companhias do setor tiveram que se adaptar. Como a retomada do mercado interno, que aconteceu antes do fim das restrições internacionais, a Schultz, operadora de turismo, investiu em opções dentro do Brasil.

Aeroporto de Congonhas (SP) na véspera do Natal de 2020. (Reprodução)

“Lançamos novos produtos e serviços, ampliando o portfólio para destinos nacionais, além de entrar em novas frentes como atendimento médico e seguros viagem com coberturas que incluíam a Covid-19”, diz Aroldo Schultz, presidente da operadora.

Os hotéis que antes focavam mais no público corporativo, que viajava a negócios, também estão mudando de estratégia.

“A grande lição foi a necessidade de criar alternativas para manter os negócios funcionando. Os eventos online e híbridos se fortaleceram e devem continuar, então, precisamos ficar atentos também no público que viaja a lazer”, afirma Fernando Kanbara, gerente-geral do hotel Grand Mercure Curitiba Rayon.

Daqui para frente

O fim de quase toda medida de restrição, incluindo mais recentemente a retirada de obrigatoriedade do uso de máscaras em diversos estados, é visto como mais um indício de que 2022 poderá ser diferente dos últimos dois anos.

Aeroporto Internacional Tom Jobim, anteriormente chamado Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, também conhecido como Aeroporto do Galeão. (Divulgação)

Porém, a conjuntura econômica, com inflação em alta e diminuição do poder de compra, pode ser um complicador para que a retomada ganhe fôlego. Para a CNC, por exemplo, o setor só conseguirá recuperar todas as perdas em 2023, muito por conta do cenário econômico.

Porém, a indústria aposta que a necessidade de conexão humana fale mais alto e ajude a fazer com que o turismo avance, apesar dos problemas.

“As pessoas estão sentindo falta de socializar e as viagens, sem dúvida, são uma grande oportunidade para isso. Existe o fator econômico, mas vemos uma alegria genuína em rever pessoas”, diz a turismóloga Gilsimara Caresia, organizadora do encontro de Mulheres Viajantes. A terceira edição do evento deve reunir 400 mulheres nos dias 19 e 20 de março no Tênis Clube Paulista, em São Paulo.

(Informações Exame)


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Turismo náutico ganha pacote de ações para desenvolvimento no Brasil

Entre as medidas, estão a oferta de capacitação profissional, crédito, redução de impostos e promoção. (Divulgação)

O Ministério do Turismo lançou nesta terça-feira (08), em Brasília (DF), um pacote de medidas que irá desenvolver e promover o turismo náutico no país. São ações que passam pela isenção de tributos, capacitação e reconhecimento profissional, oferta de crédito, melhoria na infraestrutura náutica e de promoção, por meio de campanhas publicitárias e de site com informações do setor.

A expectativa é de que os incentivos permitam que mais brasileiros e estrangeiros possam realizar a atividade no país, que vem crescendo exponencialmente nos últimos anos.

De acordo com o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, as melhorias propostas pelo governo federal vão alavancar o potencial náutico brasileiro e irão atender a demandas antigas de todo o segmento. “Possuímos uma das maiores costas litorâneas do mundo e milhares de quilômetros em rios e lagos. Temos o maior potencial do mundo, mas precisamos convertê-lo em algo a mais para o turismo e renda para os cerca de 100 mil brasileiros que tiram o seu sustento nessas atividades”, pontuou o ministro.

Entre os benefícios tributários, o Ministério do Turismo conquistou a inclusão de barcos à vela, na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum do Mercosul (LETEC). A medida assegura a isenção de tributos federais para todos os interessados em importar veleiros – esportistas e empreendedores do turismo que utilizem suas embarcações como ativo econômico. Além disso, garantiu a autorização de importação de barcos à vela, motos aquáticas e jet-skis com até 30 anos de fabricação, e por fim, acabou com o imposto de 18% para os interessados em importar jet-skis.

No campo profissional, a Pasta anunciou uma conquista histórica para o setor: o reconhecimento da atividade de condutor de turismo náutico como profissão pelo Ministério do Trabalho e Previdência. A medida beneficia cerca de 100 mil brasileiros que atuam na atividade de norte a sul do país. Outra medida divulgada foi a promoção de um curso para estes profissionais em parceria com a Marinha do Brasil. A expectativa é de que a capacitação seja realizada a partir de julho deste ano.

Todos os concluintes terão direito a certificado emitido pelos dois órgãos federais.

Lei de ordenamento náutico entra em vigor daqui um mês - Prefeitura de Angra dos Reis

O pacote de ações também inclui um acordo de cooperação técnica com a Caixa Econômica Federal para a realização de estudo do mercado para ofertar crédito a quem deseja implantar infraestruturas e equipamentos de apoio às atividades de turismo náutico. A medida terá validade de 60 meses e será direcionada para as atividades de esporte e recreio, turismo de pesca e mergulho, em âmbito nacional.

A infraestrutura náutica também foi contemplada pelo Ministério do Turismo. A Pasta desenvolvera e fará a doação de oito propostas que serão desenvolvidas e doadas pelo MTur para a construção de rampas, píeres e marinas públicas.

Governo lança pacote de ações para incentivar turismo náutico - Notícias - R7 Brasília

“Quando eu vejo hoje, a força de vontade desse governo de mudar, de com um pacote de medidas que faz toda a diferença para o desenvolvimento náutico desse país. Eu acho que isso é uma atitude que vai mudar muito, porque não é só tratar de um segmento, mas geração de oportunidade para milhares de empregos que hoje atuam na informalidade. Ministro, parabéns pela sua atitude” , comentou o velejador Lars Grael, que também prestigiou o evento.

TURISMO NÁUTICO – A atividade é caracterizada pelo contato com a água – salgada ou doce – e está ligada à navegação, à prática de esportes aquáticos ou outras atividades realizadas na água. Outra característica importante é que, diferente de outros meios de transporte, as embarcações são os principais atrativos do turismo náutico, já que elas oferecem lazer e entretenimento, em vez de apenas deslocamento.

Turismo Náutico - Serviços Especiais

Com cerca de 8.500 quilômetros de litoral, 35 mil quilômetros de rios e canais navegáveis e mais 9.260 quilômetros de margens de reservatórios de água doce, lagos e lagoas, o Brasil apresenta um dos maiores potenciais de desenvolvimento do turismo náutico no mundo. Para se ter uma ideia, a última temporada de cruzeiros marítimos no país contou com oito navios no litoral brasileiro, um a mais do que na temporada anterior. Os impactos na economia e na geração de empregos beneficiaram destinos turísticos e empresas de atividades características do setor de turismo e de outros ramos, movimentando R$ 2,241 bilhões.

(Informações da Ascom do MTur)

ILUSKA LOPES – Jornalista, Sommelier e proprietária da IPANEMA WINE BAR. Especialista em Turismo, Professora, Locutora, Colunista e Diretora de Redação do jornal Tribuna da Imprensa Livre. iluska@tribunadaimprensalivre.com


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