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Algumas considerações sobre esses seis meses de gestão – por Osvaldo González Iglesias
Buenos Aires, Argentina. (Divulgação)
Colunistas, Correspondentes, Internacional

Algumas considerações sobre esses seis meses de gestão – por Osvaldo González Iglesias

Por Osvaldo González Iglesias 

Seis meses após o início da actual administração, o panorama económico e político do país revela tanto as conquistas como os fracassos do governo. O país está em recessão, a produção industrial diminuiu e muitos consideram este processo um possível fracasso da política económica actual. As ações no exterior caíram em rentabilidade, o dólar evoluiu lentamente em relação à inflação dos últimos meses e o desemprego começa a ser evidente em algumas áreas produtivas. Além disso, a luta legislativa para conseguir a aprovação de um conjunto de leis, repetidamente modificadas, evidencia o protagonismo inusitado e persistente dos legisladores, uma presteza e disposição que não se via durante os longos e cansativos anos do Kirchnerismo.

O presidente, que tomou posse com um plano votado pelo povo (Javier Milei nunca negou as suas medidas económicas), ainda não dispõe de todas as ferramentas necessárias para levar a cabo o seu projecto de governo. Deputados e senadores assumiram um papel que nunca tiveram na gestão anterior, dificultando o avanço do país.

Conquistas e expectativas

Apesar dos desafios, há aspectos que geram entusiasmo e mantêm as pessoas esperançosas. Entre estes estão a queda acelerada da inflação, a queda das taxas de juro, o que facilita o renascimento do crédito tanto para as famílias como para as PME. O mercado imobiliário renasceu e os empréstimos hipotecários começaram a ser geridos, com os bancos a oferecerem alternativas competitivas.

Da mesma forma, a revelação de numerosos casos de corrupção, que esgotaram os escassos recursos do Estado, enfraqueceu as respostas eficazes aos mais necessitados. Um exemplo recente é o caso dos subsídios para deficientes, que ultrapassaram um milhão, como se o país tivesse saído de uma guerra com centenas de milhares de pessoas com deficiência. Esses recursos, que poderiam ter tido uma destinação eficaz, foram depositados nas contas de milhares de impostores recompensados pela sua militância política, em detrimento de quem realmente deles precisa.

Recuperação e perspectivas futuras

Se o salário recupera algo do que foi perdido a cada mês, acomodando o consumo; se os reformados puderem, como agora, recuperar parte da sua escassa reforma; e se a abertura e eliminação dos obstáculos, que ainda dormem o sonho dos justos nos bastidores parlamentares, facilitarem a recuperação do consumo, reactivarem o emprego, incentivarem novos investimentos e abrirem o mercado informático, dadas as actuais capacidades do país, poderemos alcançar um futuro mais feliz.

Um futuro que durante anos foi adiado devido à incapacidade, à corrupção e ao engano de slogans que hoje foram denunciados como falsos. Estas palavras de ordem apenas procuraram criar planos, em princípio justos, para roubar recursos do Estado, concentrando-os nas mãos de alguns privilegiados que hoje resistem com todo o seu poder para que o país volte a falhar.

Não vamos permitir isso.

OSVALDO GONZÁLEZ IGLESIAS – Escritor e Dramaturgo. Director do jornal eletrônico Debate y Convergencia, correspondente do jornal Tribuna da Imprensa Livre na Argentina.Radiografiara de una sociedad deprimida. (Como no agradecerle eternamente a Messi) - Debate y Convergencia

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