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A Sombra do Nazismo no Brasil – por Michelle Meneses
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Colunistas, Política

A Sombra do Nazismo no Brasil – por Michelle Meneses

Por Michelle Meneses

Viver no Brasil nos últimos três anos tornou-se um teste de resistência física e mental.

Não bastassem os horrores e as mortes causadas pela Pandemia do Coronavirus.

Agora temos que conviver com a sombra de um monstro terrível e que parecia estar enterrado: O Nazismo.

Nos primeiros dias de fevereiro já tivemos notícia de um cidadão Alemão Condenado pela Justiça do seu país, por Negar o Holocausto e que está passeando no Brasil!

Nikolai Nerling, um blogueiro da extrema-direita alemã, está desde novembro de 2021 em “viagem de turismo” pelo sul do Brasil, gravando e divulgando vídeos com insultos antissemitas e discurso de ódio.

Pasmem, mas até agora as autoridades Brasileiras não se pronunciaram contra a permanência do cidadão alemão em solo brasileiro.

O alemão segue mantendo contato com células NeoNazistas brasileiras.

Está mais do que na hora deste cidadão ser extraditado para à Alemanha ou até mesmo ser preso no Brasil!

Nada é tão ruim que não possa piorar!

Eis que um sujeito desclassificado e visivelmente alterado, chamado Monark durante o famoso Flow Podcast, defendeu a criação de um Partido Nazista no Brasil, ao qual ele disse ser um direito à “Liberdade de Expressão”.

Antes de entrar no mérito do discurso criminoso de Monark, é importante destacar a péssima participação dos Deputados Federais eleitos por São Paulo: Tabata Amaral e Kim Kataguiri no Podcast.

Ficou notório o despreparo e a falta de  capacidade dos Deputados, em  confrontar com argumentos contundentes as declarações antissemitas do  “influenciador digital” Monark.

O silêncio “cúmplice” de Kim Kataguiri foi constrangedor!

Tabata Amaral foi muito evasiva e superficial quando tentou responder ao sujeito defensor de partido nazista.

Os Nobres Deputados, pouco ou nada estudaram sobre História Mundial, foram fracos e inseguros para rebateram com Veemência as Aberrações que o sujeito estava vociferando.

Monark é um “influenciador digital”, sem formação que o habilite a participar de debates de alto nível, que tem fama de criar confusão e polêmica com seus comentários antissemitas, racistas e preconceituosos.

Apologia ao nazismo é crime. Simples assim. A Lei 7.716/1989 é bem clara ao dizer, no parágrafo primeiro do artigo 20, que ostentar a  cruz suástica para fins de divulgação do nazismo é punível com pena de reclusão de dois a cinco anos e multa.

“Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo.”

A Constituição Federal brasileira estabelece em seu artigo 5°, inciso XLII,  que a “prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito a pena de reclusão, nos termos da lei”.

Diante do episódio Repugnante, a Embaixada da Alemanha no Brasil, emitiu uma nota de Repúdio às declarações de Monark.

Além da apologia ao Nazismo foi criado um incidente diplomático com uma Nação Amiga.

E continuando a semana do Terror Nazista, tivemos mais um caso de Apologia ao Nazismo!

Um sujeito com um sorriso debochado, que atende pelo nome de Adrilles Jorge,  estava participando e defendendo na TV da Jovem Pan, os comentários Nazistas do Flow Podcast , quando foi interrompido rapidamente pelo jornalista que conduzia o programa, então o sujeito fez o gesto de Saudação Nazista.

Após as repercussões extremamente negativas na imprensa e na sociedade,  Monark e Adrilles foram sumariamente demitidos das empresas.

O surgimento de grupos NeoNazistas estão explodindo no Brasil, e em menos de uma semana ocorreram essas três situações envolvendo a defesa deste regime totalitário e Genocida.

Isso é muito Grave!

Se as autoridades policias e a Justiça Brasileira não tomarem as medidas cabíveis nesses casos, corremos o risco de nos tornarmos o abrigo perfeito para Nazistas que destilam seu ódio a todos aqueles que para eles pertencem a uma “raça inferior.”

Elie Wiesel, o grande escritor judeu, sobrevivente dos campos de concentração Nazistas e ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1986, nos deixou uma forte reflexão que se encaixa perfeitamente aos tempos que vivemos:

“Tome partido. Neutralidade ajuda o opressor, nunca a vitima. Silêncio encoraja o torturador, nunca o torturado.”

Neste momento sombrio da história brasileira, não há espaço para a Neutralidade, não podemos aceitar o inaceitável e nem tolerar o intolerável!

Pessoas que convivem em nossa sociedade cometendo Apologia ao Nazismo, isso não é uma ” brincadeira” ou um “ato falho”, mas sim um desvio de caráter criminoso.

Diante de tantos casos envolvendo a defesa de um regime odioso como o Nazismo, se faz necessária uma reflexão profunda por parte da sociedade civil brasileira, que ao longo dos últimos anos, vem normalizando e aceitando esse tipo de discurso agressivo, Nazifascista e cheio de ódio de pessoas influentes ou que detêm o Poder.

Em pleno Século XXI ainda precisamos Repetir a todo momento:

Defender Nazismo Não é Liberdade de Expressão;

Defender Nazismo Não é Opinião;

Defender o Nazismo é Crime.

MICHELLE MENESES – Advogada, Cientista Política, Escritora, Mãe de 4 filhos e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre.


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