Por Kleber Leite –
Guardei até hoje algo que, de tão importante, já deveria ter dividido com nossos leitores.
Por incrível que pareça, o espírito do Natal floresceu em mim no gramado do belo estádio do Atlhetico Paranaense, após o jogo final da Copa do Brasil.
Três atitudes, completamente distintas, fizeram com que eu saísse do estádio, mesmo sendo alucinadamente rubro-negro, com a alma já tomada pelo espírito natalino.
Como é de costume, encerrada uma decisão, os vencedores entraram em estado de êxtase. Um deles, Cuca, treinador do time campeão, de forma diferente. Ao me encontrar, um longo e emotivo abraço, me conduzindo para dentro do seu vestiário. Lá chegando, pegou uma destas malas pequenas de viagem, dizendo que tinha um presente para mim. Puxou o que me parecia, pela cor, ser uma camisa do Atlético Mineiro. Não era. Cuca comemorava momento de rara euforia, dividindo com seus amigos a imagem de Nossa Senhora. Não bastasse, ao me entregar presente tão profundo, fez questão de discursar para alguns jogadores que estavam no vestiário, dizendo que o caminho da glória para ele teve início comigo, no Flamengo, e que este sentimento de gratidão jamais seria esquecido.
Sentimento de gratidão! Meu primeiro pensamento foi o de quão raro tem se tornado esta sensação e, em seguida, entender que quem sabe, estejamos nos redescobrindo, nos reinventando, através de sentimento tão profundo.
Claro que o sucesso de Cuca se deve ao seu talento profissional. Como é generoso, e tem o coração aberto, faz questão de dividir a glória.
Os dois outros momentos vividos por mim nesta noite se interligam.
Levei um susto, ao ver entrar no campo de jogo, imediatamente após o apito final, um bar monumental da Brahma, na cor vermelha, que, com suas borbulhas brancas, nos remetia a Papai Noel. Deixou de ser uma comemoração de um time por um título conquistado para se transformar em raro momento de celebração entre seres humanos.
A prova disso – esta é a terceira atitude que remete ao espírito natalino – é que os dirigentes do clube derrotado, durante quase duas horas após o término da partida, mantiveram os refletores – e estádio – iluminados, contrariando tudo que tenho sido testemunha ao longo da vida, onde derrotados não admitem comemorações “alheias” no seu terreiro. Aquela atitude tem tudo a ver com o espírito de Natal.
A nossa mensagem neste momento tão especial está nesta foto que abre o post. Meu neto Cadu, rubro-negro como nós, com a imagem de Nossa Senhora, presente do treinador campeão do Brasil. Obrigado Cuquinha! A sua alma é a prova clara de que há espaço todos os dias para este espírito de Natal.
Feliz Natal a todos!
KLEBER LEITE é jornalista, radialista, empresário, dirigente esportivo e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre. Fundador da Klefer Marketing Esportivo em 1983.
Tribuna recomenda!
NOTA DO EDITOR: Quem conhece o professor Ricardo Cravo Albin, autor do recém lançado “Pandemia e Pandemônio” sabe bem que desde o ano passado ele vêm escrevendo dezenas de textos, todos publicados aqui na coluna, alertando para os riscos da desobediência civil e do insultuoso desprezo de multidões de pessoas a contrariar normas de higiene sanitária apregoadas com veemência por tantas autoridades responsáveis. Sabe também da máxima que apregoa: “entre a economia e uma vida, jamais deveria haver dúvida: a vida, sempre e sempre o ser humano, feito à imagem de Deus” (Daniel Mazola). Crédito: Iluska Lopes/Tribuna da Imprensa Livre.
MAZOLA
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