Por Bolivar Meirelles

Absurdo novíssimo que surgiu na mente “frágil teoricamente”, de certos “cientistas políticos”. Sempre, nos ambientes acadêmicos, existem os “novidadeiros”. Recentemente, tem surgido alguns… Derrubar o conceito marxista de “luta de classes”, tarefa difícil… muito difícil…

Mediante o retorno da forte influência militar no Governo do Capitão Jair Bolsonaro, surgiu, como, mais que hipótese, análise da política calcada nesse conceito rudimentar de substituir a “luta de classes” por “luta de civis contra militares”. Substituição frágil. Examinando todo o processo histórico concreto, no Brasil e, também em outros países, os militares não são agentes desvinculados da luta concreta que se travou e se trava dentro da Sociedade Inclusiva. Militar não é algo abstrato. É algo existente e vinculado, atuante concreto nas lutas políticas. Assim foram nas revoluções francesa, norteamericana, soviética… Assim se processa nessa conturbada vida política brasileira.

O tenentismo foi civil também, os levantes da Aliança Nacional Libertadora, o levante Integralista.

O Golpe de 1964, tão bem registrado por Renê Dreifus e pelo livro de Golbery do Couto e Silva de 1952 sobre a Geopolítica Brasileira. Lá estavam, Civis e Militares envolvidos nos processos conspiratórios. Carlos Lacerda, civil conspirador… A própria Proclamação da República, tem civis importantes envolvidos. O próprio Rui Barbosa. General Lott importante na posse de Juscelino Kubitschek. Machado Lopes importante em 1961 junto com Leonel de Moura Brizola. Getúlio Vargas em 1930, assume o Poder, calcado com apoio e participação dos “tenentes” inclusive vários da “Coluna Invicta”. O Golpe de Estado de 1964 não foi, apenas, coisa de militares, fundamental foi a articulação dos grandes monopólios, nacionais e internacionais, a participação do Império Norteamericano. A luta continua sendo de classes, mesmo nesse Governo esquizofrênico do Capitão Presidente Jair Bolsonaro que foi eleito com o voto popular e a forte participação de grandes empresários. Ter militares a “mãos cheias” em seu Governo, é outro assunto.

Agora, conflitos entre civis e, muitos os há militaristas, e militares, é outro assunto, repito. Procurem os “cientistas políticos” a explicação na “luta de classes” e encontrarão a resposta.


BOLIVAR MARINHO SOARES DE MEIRELLES – General de Brigada Reformado, Cientista Social, Colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre, Mestre em Administração Pública, Doutor em Ciências em Engenharia de Produção, Pós Doutor em História Política, Presidente da Casa da América Latina e Colunista do Caminhando Jornal TV (TVC-Rio)