Redação

Com quase 40 jornalistas presos, ou perseguidos, por terem questionado o gerenciamento da pandemia em seus países, a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, disse estar alarmada pelo aumento das restrições de vários governos à comunicação social independente e pelas “detenções e intimidações de jornalistas” durante a pandemia do coronavírus.

Segundo ela, alguns países usaram o surto do novo coronavírus como pretexto para restringir a informação e reprimir as críticas.

“A imprensa livre é sempre essencial, mas nunca foi tão necessária quanto nesta pandemia, pois há tantas pessoas isoladas que temem por sua saúde e por seus meios de sobrevivência”, disse Bachelet em um comunicado.

No comunicado, a ex-presidente chilena cita o relatório do Instituto Internacional de Imprensa que contabilizou mais de 130 ataques a veículos de  comunicação desde o início da pandemia, incluindo 50 casos de censura e restrições ao acesso à informação.

O relatório aponta ainda que há jornalistas desaparecidos que veículos de comunicação foram fechados pelas autoridades. “Não estamos em momento de culpar o mensageiro e, em vez de ameaçar jornalistas, os Estados devem promover um debate saudável sobre a pandemia e as suas consequências”, disse.

Respondendo a jornalistas em uma coletiva em Genebra, o porta-voz dos direitos humanos da ONU, Rupert Colville, disse que os líderes que criticam os jornalistas costumam ser os que já haviam se comportado da mesma forma, recusando-se a tolerar críticas a suas políticas.

Ele observou, no entanto, uma tendência preocupante de ataques contra jornalistas na China, Arábia Saudita e Estados Unidos.

Colville apontou, em particular, o presidente americano, Donald Trump, que ataca frontalmente alguns jornalistas durante sua entrevista coletiva diária sobre a pandemia. “É uma tendência preocupante ver a mídia séria sendo atacada dessa maneira”, disse.

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Fonte: Portal Imprensa