Por Miranda Sá –
“Se os fracos não têm a força das armas, que se armem com a afirmação do seu direito” (Rui Barbosa)
A “História Oculta” – sim, porque nem sempre a História Escrita registra fatos que ocorreram –, nos informa que em 1438 um aventureiro (o nome não foi registrado) contou a um curioso mecânico alemão, Johannes Gutenberg, que na China eram usados tipos móveis que, carimbados imprimiam várias vezes a mesma escrita.
Um ano depois, Gutenberg desenvolveu um sistema mecânico aproveitando-se dos tipos móveis, e com ele alcançou duas proezas: acabou com o monopólio dos monges que manuscreviam livros e popularizou a Bíblia.
Embora por séculos se ensine que é do Alemão a invenção da imprensa trata-se de uma falácia. A tecnologia de impressão revolucionou a divulgação de livros, mas os jornais já eram conhecidos séculos anteriores na Fenícia, em Cartago e Roma.
Na própria Alemanha, muito antes de Gutemberg, circulavam na Cidade Livre de Hamburgo jornais manuscritos em forma de panfletos anunciando chegadas e saídas de navios e, principalmente, informando, estoques e preços de mercadorias.
Um herói anônimo do jornalismo introduziu nas comunicações comerciais notas sobre viagens de personalidades, missas, falecimentos e legislação. Daí o nascimento do jornal como se conhece hoje…
No Brasil há uma polêmica danada – quase ideológica – sobre o surgimento do primeiro jornal impresso no País. Um lado defende que foi a Gazeta do Rio de Janeiro, outro, que foi o Correio Braziliense.
Cronologicamente, porém, sabe-se que a Gazeta nasceu com a transmigração da Corte Portuguesa quando foi fundada a Impressão Régia, em 1808; o Correio Braziliense, também chamado Armazém Literário chegou antes, mas era impresso em Londres sob a direção de Hipólito José da Costa.
“Força”, como se sabe, é substantivo feminino de origem latina (fortĭa,is) ‘força’ e ‘forte’. Na Física, a força é um dos seus principais componentes relacionados com as três leis de Newton. Definições à parte, a imprensa é uma força. Na minha juventude – que já vai longe –, era considerada o Quarto Poder da República.
O jornalismo foi considerado assim pela sua condição política de arbítrio, ascendência e autoridade. Mas isto depende do jornalista vocacionado e consequentemente qualificado, honesto e independente, uma espécie em extinção; presença rara nos grandes jornais em circulação no País.
Não é de se exigir que o jornalista seja um herói das histórias de quadrinhos como He-Man, que tem a força e os seus cultuadores da banda Trem da Alegria cantaram: “ele nasceu para o bem!”. O que queremos dos jornalistas é a responsabilidade com a informação, um direito inalienável do povo.
Ocorre que no quadro atual de decadência ampla, geral e irrestrita no mundo, temos no Brasil a mediocridade locupletada nos poderes republicanos, na universidade e na Academia Brasileira de Letras. Na imprensa não seria diferente.
Hoje, a força está nas manifestações populares nas ruas, aqui, no Chile, no Iraque, na França ou em Hong Kong… Chegando à Ásia, lembro o que disse a Madre Teresa de Calcutá, respeitada por todos, católicos, espíritas, evangélicos, umbandistas e até ateus: “A força mais potente do universo é a fé”.
Guardo a fé de que o povo brasileiro se una e se mobilize para conquistar o futuro que todos desejamos, democrático, justo, sem corrupção e desenvolvido economicamente.
MAZOLA
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