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França, Julho/2024 – Esqueeeerrrda vooolver !!! – por Sérgio Vieira
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França, Julho/2024 – Esqueeeerrrda vooolver !!! – por Sérgio Vieira

Por Sérgio Vieira –

Portugal / Europa – Séc. XXI.

Confesso, que senti a sensação de desconforto quando me preparava para escrever esta coluna, aquando do resultado da primeira volta das eleições presidenciais na França. Aguardei com resiliência os resultados finais que apareceram no pretérito domingo 07 de julho.

Foi com alívio que vi o resultado diametralmente oposto àquele que se verificou no último dia 30 de junho. Na noite dos resultados finais e definitivos, acompanhei e vivi intensamente o contar dos votos, apesar dos três principais partidos não terem tido maioria, pelo menos uma coisa fica garantida: A direita, e a política reacionária e fascista da Sra. Le Pen, não só não vingou, como ficou em 3º lugar na escolha dos eleitores franceses. O sufrágio eleitoral elegeu 577 membros da assembleia nacional francesa.

Marine Le Pen, herdou de seu pai Jean Marie Le Pen a tendência de governar com os princípios mais radicais da política de extrema-direita, e isso está nos genes da família Le Pen.

Seria exaustivo recuarmos demasiado no tempo, e examinarmos cada personagem que emergiu nos diversos governos franceses nos últimos anos.

Mesmo assim, vamos recuar até ao governo de Charles (André Joseph Marie) De Gaulle, que juntamente com outros ditadores, como Mussolini e Salazar, grassaram por esta europa afora, culminando na ideologia da extrema-direita da Alemanha Hitleriana.

Sucederam até hoje ao ditador De Gaulle, os seguintes presidentes: Georges Pompidou, Valéry Giscard d’Estaing, François Mitterrand, Jacques Chirac, Nicolas Sarkozy, François Hollande e Emmanuel Mácron.

Mas, voltemos à nossa análise da atual conjuntura governativa por esta europa afora, focando-nos apenas nos governos de direita, ou extrema-direita.

A ascensão da extrema-direita na União Europeia (UE), é uma tendência que se está traduzindo na participação em cada vez mais governos de coligação com os partidos de centro direita. Vejamos: Finlândia – Partido Nacionalista Os Finlandeses. Itália – partidos Liga Norte (LN) de Matteo Salvini e Irmãos de Itália de Giorgia Meloni. Hungria – Partido Fidesz de Viktor Orbán, e para terminar, Portugal – Partido Chega liderado por André Ventura.

Podemos ainda citar: Eslováquia, Suiça, Áustria, Polônia, Espanha entre outros.

Mas voltemos ao caso francês. A multiculturalidade/imigração francesa, aponta para as seguintes nacionalidades : Italiana, Espanhola, Argelina, Portuguesa, Tunisina, Marroquina, e outras de menor expressão. (* os argelinos já vão na 3ª/4ª geração).

A população da França é estimada em 68 milhões de habitantes, sendo uma boa percentagem desta, distribuída pela imigração acima citada. Podemos depreender, que, a ascensão da direita ao poder na França, iria certamente colocar à beira de um ataque de nervos toda essa franja da população.

Agora, podemos ter uma certeza, o lema “Liberté Egalité Fraternité, nunca esteve tão em perigo.

Cito a enciclopédia da política: “ A política de extrema-direita inclui pessoas ou grupos que defendem opiniões extremas nacionalistas, xenófobas, racistas, fundamentalistas religiosas, ou outras opiniões reacionárias”. Fim de citação.

Ficaram assim, definidos os lugares na assembleia francesa:

Em 1º “Nova Frente Popular” (uma aliança entre partidos de esquerda) com 182 assentos na assembleia nacional do país. A “NFP” obteve a confiança de 60% dos eleitores. O maior número em 40 anos.

Em 2º O “Juntos” (centro) que conseguiu 168 assentos.

Em 3º O “Reunião Nacional”, da extrema-direita, com 143 assentos.

Com o resultado destas eleições, o Parlamento francês pode enfrentar um grande impasse com a divisão em três grandes grupos. A esquerda, os centristas e a extrema-direita, que têm plataformas de governo extremamente diferentes, e nenhuma tradição de trabalho em conjunto.

Para terminar, uma curiosidade: Certa vez, em visita oficial ao Brasil, o general francês Charles De Gaulle, querendo elogiar o povo brasileiro, a sua forma de vida, seus valores, sua cultura, tradições etc etc, saiu-se com esta frase que no seu entender era para ser elogiosa: “O Brasil não é um país sério”. Esta frase/gafe internacional tornou-se na bandeira com que mesmos nós brasileiros dizemos quando queremos nos referir aos lados menos positivos de qualquer coisa deste imenso país chamado Brasil.

Fiquem bem.

‘La vie est un défi à relever, un bonheur à mériter, une aventure à tenter.”  (A vida é um desafio a ser enfrentado, uma felicidade a ser merecida, uma aventura a ser tentada.)

SÉRGIO VIEIRA é colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre, representante e correspondente internacional em Aveiro, Portugal. Jornalista, bancário aposentado, radicado em Portugal desde 1986.

Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


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