Por Sérgio Cabral Filho

O presidente da França, Emmanuel Mácron, inicia uma visita ao Brasil. Sua agenda no país será bastante relevante.

Destaco da agenda dos dois presidentes, Mácron e Lula, a ida à Itaguaí, na região metropolitana do Rio, para o lançamento do terceiro submarino, Tonelero, produzido no maior complexo naval da América Latina para produção de submarinos, fruto de uma parceria entre os governos francês e brasileiro, inclusive com transferência de tecnologia para o Brasil.

Estive junto com o presidente Lula no lançamento desse grande projeto em Itaguaí, em 2008. Lembro-me da emoção do Comandante da Marinha, Almirante Júlio Soares de Moura Neto, grande oficial que comandou a Arma de 2007 a 2015, na solenidade de lançamento do projeto. Não era para menos. Certamente o maior e mais significativo investimento da história da Marinha brasileira.

A “pièce de resistance” será o quinto e último submarino, o nuclear. O Brasil ingressará no restrito clube dos seis países que possuem submarinos nucleares: França, Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido e Índia.

Aliás, o presidente Lula pode mesmo dizer que nunca na história desse país se viu tantos investimentos nas forças armadas brasileiras como nos governos Lula I e II.

O avião Embraer KC-390, renomeado Embraer C-390 Millennium, foi lançado e iniciado seus investimentos nos governos de Lula. Hoje a Embraer tem encomendas de diversas forças armadas do mundo.

Os aviões caça suecos Gripen de quarta geração. O projeto H-XBR, compra inédita pelas três Armas de helicópteros EC-725. Tudo isso fortalecendo a Embraer no jogo bruto da concorrência com fabricantes estrangeiras.

Enfim, se eu for listar os investimentos iniciados, maturados e realizados no governo Lula para as Forças Armadas, a coluna de hoje não seria suficiente.

Lula acompanhado por Nelson Jobim e os comandantes militares – 20/12/2010. (Reprodução/Folhapress)

E o interessante, a grande troca de tecnologia no intercâmbio com os países parceiros. Com legado intangível de conhecimento para a engenharia nacional, em todos os projetos das Armas.

Aqui no Rio, muito feliz com a agenda de terça, em Itaguaí. São milhares de empregos na construção dos submarinos. Metalúrgicos e engenheiros, praças e oficiais da Marinha, em troca permanente com os correspondentes franceses.

Após a entrega do último submarino, o nuclear, o Complexo Naval de Itaguaí terá papel estratégico na manutenção e modernização dos nossos submarinos. Eles terão a nobre função de, junto com toda a frota da Marinha, fazer a vigília e o controle da nossa Amazônia Azul, conceito maior do controle de nossa plataforma continental marítima. Passamos de 200 milhas para 350 milhas, decisão da ONU, após um profundo trabalho envolvendo a Petrobras com centenas de engenheiros especialistas em produção de óleo e gás off-shore que subsidiaram a Organização das Nações Unidas nessa nova decisão do nosso território marítimo.

Portanto, trata-se de um super projeto de Estado, que Lula iniciou em 2008. Imagino sua emoção, junto com Janja, que será a madrinha do submarino Tonelero, e Emmanuel Mácron, presidente da França, nesse grande momento da nossa soberania nacional.

Como pé de página, ressalto que Lula e Mácron enfrentam pressões dos Estados Unidos à França e ao Brasil para que não haja transferência de tecnologia nuclear ao país, pois passaremos a frequentar o restrito clube dos países que possuem submarinos nucleares.

SÉRGIO CABRAL FILHO – Jornalista e Consultor Político da Tribuna da Imprensa Livre.

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