Por Alcyr Cavalcanti

A bela cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro virou uma cidade imersa no CAOS, na desordem, no paraíso da vagabundagem onde a cidadania é uma peça de ficção para alguns sociólogos otimistas.

Trancados em suas residências o carioca não tem mais sossego, quando é obrigado a sair vive sobressaltado, pode não voltar pra casa e se voltar sem nenhum dano tem de agradecer aos orixás que lutam para dar um pouco de alegria a uma cidade que já foi maravilhosa.  Os governantes lançaram um programa ambicioso “Revitalizar o Centro”, que depois seria estendido a outras regiões. Nada disso foi feito à exceção de beneficiar a especulação imobiliária que sorri de orelha a orelha. Roubam (ou furtam) em todo o lado e o cidadão de paz fica acuado dentro de casa e mesmo assim com o sono agitado, os pesadelos perseguem sempre. Arrancam celulares, relógios, cordões de ouro, prata, barbante enfim o negócio é se virar, é cada um por si, e os outros que se…..explodam.

“Rio de Janeiro, cidade que nos seduz, de dia falta água de noite falta luz”. (Foto: Divulgação/Embratur)

Milhares de sem teto, sem comida, sem esperança invadem a cidade, alguns (ou muitos) atacam onde for mais fácil. Primeiro foi roubar fios, cabos telefônicos, postes, portões metálicos, mas a moda agora é “subtrair” hidrômetro, peça de pouco valor, mas juntando sete a dez trocam por uma pedra de craque ou oito a dez reais que dá pra pagar dois goles de café preto com bastante açúcar. Os desesperados às vezes se dão mal, como no caso do infeliz ladrão que está entre a vida e a morte por causa de uma explosão de gás após ter arrancado os canos. Um outro, falso equilibrista caiu de uma altura de três metros ao tentar levar os fios de um poste.

Um morador do Rio Comprido na  Grande Tijuca, teve seu hidrômetro furtado (ou roubado) três vezes entre as festas de Natal e o Dia de Reis.  Assim é nossa cidade, que vai celebrar o santo padroeiro dia 20. São Sebastião, também cultuado como Oxóssi, tenha piedade de nós.

ALCYR CAVALCANTI – Jornalista profissional e repórter fotográfico, presidente da ARFOC. Trabalhou nos principais jornais do Rio de Janeiro e de São Paulo e em agências de notícias internacionais. Bacharel em Filosofia pela Universidade do Estado da Guanabara (atual UERJ) e mestre em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Professor universitário, ex-secretário da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre.

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