Por Miranda Sá

É muito conhecido o axioma “O homem é a medida de todas as coisas” que hoje para agradar as radicais (e hipócritas) antimachistas, tipo Dilma Rousseff, poderíamos dizer “O ser humano é a medida de todas as coisas” ….

Este enunciado é do brilhante sofista da Grécia Antiga, o filósofo Protágoras de Abdera, oposto as teses de Sócrates como defensor da verdade absoluta e das verdades de valor universal.

A expressão vem expressa num texto extensivo, que completo é “O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são”. Uma lição sobre o relativismo, a compreensão de cada pessoa pela maneira própria e específica de ver.

Pela régua e compasso da minha concepção das coisas, há uma exceção: não se pode mensurar o fanatismo político e religioso. Exemplifico com a correspondência de um pastor evangélico que criticou a minha afirmação de que a longa vida dos patriarcas judaicos é uma fantasia.

Como “homem de fé”, este contendor mostrou-se mais sofista do que cristão, usando uma hipótese para me contrapor. Seu argumento é de que o ser humano pode alcançar o tempo de vida que a Bíblia relata; seu raciocínio leva em conta que o cachorro vive 14 vezes a mais do tempo em que atinge a idade adulta, chegando aos 16 anos.

Esta falácia considera que o ser humano é adulto aos 20 anos, tempo que multiplicado por 14 dará 280 anos de vida….  É interessante esta comparação, mas não alcança os 777 anos de Matusalém…

Da minha parte, prefiro filosofar sobre a altura, espessura e largura das pessoas pelas suas dimensões corporais, ou ver no comportamento delas a sua formação, honestidade, integridade e lucidez.

Já imaginaram levar esta avaliação para os nossos políticos? Para Lula, de quem Brizola disse que pisaria no pescoço da mãe para se eleger; ou para Bolsonaro, usuário de rachadinhas e condecorador de milicianos?

Para mim, os políticos são incomensuráveis. O alfaiate pode tomar suas medidas para lhes fazer um terno e um sapateiro medir seus pés para produzir um sapato; mas é impossível um observador da política dimensionar o comportamento destes protagonistas da polarização eleitoral.

Compás de Dibujo y 6 Pulgadas de Transportador, Set de Matemáticas Geometría de Estudiantes : Amazon.es: Oficina y papelería

Como venho de longe, conheço o seu jogo. Os métodos deles são invariáveis: têm por base a demagogia populista, o uso do dinheiro e corrupção; então prefiro compará-los aos trapaceiros.

A trapaça é uma arte que esses vigaristas usam muito bem. Se pararmos para pensar, lembraremos que há trapaças criminosas e trapaças simpáticas. Criminosas são as que exploram toda uma Nação, roubando gente besta e gente esperta, pobres e ricos, contribuintes que pagam impostos na compra de um chiclete ou caixa de fósforos, em carros de luxo, jatinhos ou iates oceânicos.

Pagantes de impostos não veem como é aplicada a sua contribuição; veem apenas a exorbitância de benesses para os “mais iguais do que os outros”, juízes, parlamentares e ministros. E não há coisa mais revoltante do que pagar aposentadoria para políticos, porque política não é profissão.

Para esfriar as chamas da indignação falemos dos “trapaceiros simpáticos”, aqueles que enganam delinquentes como eles. No correr deste texto lembrei-me de um clássico dos contos de vigário, a história de um humilde músico de rua que entrou na padaria com um violino debaixo do braço e tirando trocados do bolso, comprou um pão.

Após comer ali mesmo, pediu ao gerente o favor de guardar seu instrumento por algum tempo, enquanto resolveria uns problemas. O violino exposto perto do caixa chamou a atenção de um freguês que após examiná-lo pergunta se está à venda e oferece uma desmedida quantia pelo o que reconheceu, como colecionador, um Stradivárius.

O Padeiro diz que o violino não é seu, mas iria esperar o dono para propor o negócio; e quando o músico voltou, convenceu-o de vender o instrumento por um quinto da quantia oferecida pelo colecionador, e este jamais voltou à Padaria; era apenas o coadjuvante do golpe que rendeu vultuosamente aos dois trapaceiros.

Assim lucram com o dinheiro público os falsários do patriotismo, da liberdade e até da religião. São patriotas que só pensam em si mesmos, defensores da liberdade, de olho em tornar-se ditadores, e religiosos adoradores de santos do pau oco.

… Ou os brasileiros acabam com estes trapaceiros ou a Pátria desmorona por eles.

MIRANDA SÁ – Jornalista profissional, blogueiro, colunista e diretor executivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como a Editora Abril, as Organizações Globo e o Jornal Correio da Manhã; Recebeu dezenas de prêmios em função da sua atividade na imprensa, como o Esso e o Profissionais do Ano, da Rede Globo. mirandasa@uol.com.br

Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


PATROCÍNIO

Tribuna recomenda!