Redação –
A base do governo Lula na Câmara quer ouvir o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (Credn). O cerco ao militar vem após o tenente-coronel Mauro Cid afirmar em delação premiada que Garnier Santos apoiou um plano de golpe de Estado discutido em suposta reunião com o presidente Jair Bolsonaro. A informação foi revelada pelo UOL e confirmada pelo Estadão.
O requerimento de convite ao ex-comandante da Marinha é assinado pela deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS), com o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). Segundo apurou a Coluna, o PT vai apoiar o convite, que pode ser transformado em convocação caso o militar não aceite comparecer.
GARNIER APOIOU – “Na reunião ocorrida após o segundo turno das eleições de 2022, foi discutida uma verdadeira ‘minuta do golpe’ que previa, entre outras coisas, afastamento de autoridades.
O então comandante da Marinha, Almirante Almir Garnier Santos, teria dito que ‘sua tropa estaria pronta para aderir a um chamamento do então presidente’”, justificam os parlamentares no requerimento, que precisa ser votado na comissão.
A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), apresentará requerimentos de convocação e quebra do sigilo telemático do almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, por suspeita de que ele tenha apoiado uma tentativa de golpe idealizada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), conforme delatou o ex-ajudante da Presidência Mauro Cid à Polícia Federal (PF).
PESSOA FUNDAMENTAL – “Diante do fato de hoje, o almirante passa a ser uma pessoa absolutamente fundamental. Ele e Mauro Cid. Eu elencaria essas duas figuras como muito centrais para a reta final dos trabalhos da CPMI”, disse Eliziane nesta quinta-feira, 21.
Eliziane afirmou que os fatos delatados por Cid podem apresentar provas sobre a autoria intelectual dos atos golpistas. “Se houve uma motivação, um chamamento para reunião, uma apresentação de GLO, se houve ali uma iniciativa de se questionar o processo eleitoral e estabelecer uma intervenção não há dúvida nenhuma que é uma ação inconstitucional e deverá ser sim levada em consideração pela CPMI”, afirmou a relatora.
Com mais uma denúncia que fecha o cerco das autoridades sobre Bolsonaro, a base do governo Lula se articula para votar na próxima terça-feira, 26, o envio de relatórios de inteligência financeira (RIFs) do ex-presidente e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Fonte: Estadão
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