Redação –
Após a soltura do ex-presidente Lula da prisão, o atual mandatário do Brasil, Jair Bolsonaro, demorou quase 12h para se manifestar em sua conta do Twitter, onde costuma ter uma intensa atuação. Na publicação, o presidente pediu aos seus seguidores para não darem “munição ao canalha, que momentaneamente está livre, mas carregado de culpa”.
Bolsonaro citou o ex-presidente em uma publicação com o vídeo de um discurso que ele fez nesta semana, no qual, ele diz que foi eleito graças ao trabalho do ex-juiz responsável pela condenação de Lula em primeira instância e hoje ministro do seu governo, Sergio Moro.
Amantes da liberdade e do bem, somos a maioria. Não podemos cometer erros. Sem um norte e um comando, mesmo a melhor tropa, se torna num bando que atira para todos os lados, inclusive nos amigos. Não dê munição ao canalha, que momentaneamente está livre, mas carregado de culpa. pic.twitter.com/NSMjtytuDO
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) November 9, 2019
Em outra publicação, três minutos depois, o presidente Bolsonaro disse que o país está avançando, mas que o processo é lento e voltou a pedir aos seguidores para não darem munição ao ex-presidente. Lula havia dito em seu discurso após a soltura, que Bolsonaro estava destruindo o Brasil. “Iniciamos a poucos meses a nova fase de recuperação do Brasil e não é um processo rápido, mas avançamos com fatos. Não dê munição ao canalha, que momentaneamente está livre, mas carregado de culpa”, disse Bolsonaro.
Ao sair da prisão na superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, o ex-presidente Lula fez um discurso emocionado. Agradeceu aos militantes que ficaram no acampamento por quase dois anos pedindo sua saída e fez ataques a Bolsonaro e a operação Lava Jato. “Trabalharam para criminalizar a esquerda, criminalizar o PT, criminalizar o Lula”, disse.
Lula falou em seu discurso que o um lado do ministério público, polícia federal e da justiça trabalhou para criminalizar a esquerda. O petista afirmou que estes agentes tentaram prender uma ideia. “Eles não prenderam o Lula, eles tentaram matar uma ideia e uma ideia não se mata. Uma ideia não desaparece”, disse.
O ex-presidente não deixou de atacar o ex-juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol. “Se pegar o Dallagnol, se pegar o Moro, se pegar uns delegados que fizeram o inquérito e bater num liquidificador, o que sobrar não é nem 10% da honestidade e dignidade que eu tenho neste país”, falou Lula.
Após atacar o presidente Jair Bolsonaro e ministros, Lula disse que só tem espaço para o amor em seu coração. “Eu saio daqui aos 74 anos e o meu coração só tem espaço para o amor, porque o amor vai vencer neste país”, declarou.
> Estudo dos tuítes de Bolsonaro revela o que o presidente mais ama e mais odeia
Fonte: Congresso em Foco, por Erick Mota
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