Por Pedro do Coutto –

Pesquisa do Datafolha divulgada na noite de quinta-feira e comentada pela GloboNews, focalizada nas edições de ontem da Folha de S. Paulo e do O Globo, revela que Lula, em relação ao levantamento anterior, recuou de 47% para 45%, enquanto Bolsonaro se manteve em 32 pontos. Mas, Ciro Gomes avançou de 7% para 9% e Simone Tebet deu um salto de 2% para 5%.

Os votos nulos e brancos caíram de 8% para 4%, que talvez seja o menor índice na história política desde 1955. Os que afirmaram não saber ou não quiseram responder são 3%. Comparando-se as percentagens com o total de votos válidos que pode ser de 93% ou de 96%, se as urnas de 2 de outubro fossem hoje, a disputa entre Lula e Bolsonaro iria para o segundo turno.

SEM ALTERAÇÃO – Não houve alteração na posição de Bolsonaro. Ele manteve os 32 pontos do levantamento anterior e o seu desgaste não aumentou em decorrência da entrevista ao Jornal Nacional e em função do debate promovido pela Band, quando atacou a jornalista Vera Magalhães.

Assim, dentro do panorama visto da ponte, para citar a peça de Arthur Miller, a novidade que houve está no avanço de Ciro Gomes e de Simone Tebet, consequência dos seus desempenhos na televisão. A alteração de números revela também a importância da televisão muito maior do que a das redes sociais na conquista pelo voto.

O aumento do Auxílio Brasil também não apontou mudanças expressivas junto aos eleitores de menor renda, ficando as posições mantidas. Assim, Bolsonaro já pensa em aumentar a concessão do auxílio para mais 804 mil pessoas.

ORÇAMENTO –  O problema da prorrogação do pagamento depois de dezembro deste ano continua para ser superado pelo governo, uma vez que a proposta de orçamento para 2023 não considera o aumento do benefício de R$ 400 para R$ 600.

Para mantê-lo, o ministro Paulo Guedes, mais uma vez, propôs prorrogar o estado de calamidade. Um absurdo completo. Criar calamidade no papel não pode ser meta de qualquer governo. Na Folha de S. Paulo a matéria não está assinada. No O Globo, a matéria é de Bernardo Mello.

AUMENTO DO PIB – O IBGE – excelente reportagem de Cássia Almeida e Letícia Cardozo, O Globo, desta sexta-feira –  destaca que no segundo trimestre deste ano o Produto Interno Bruto do país cresceu 1,2% em relação ao mesmo trimestre de 2021 na velocidade de 1,2%.  Superou as expectativas, inclusive.

E, para o Instituto, a divulgação a 30 dias das eleições decorre do crescimento do consumo das famílias, influenciado pela antecipação de 13º salário, saque do FGTS, Auxilio Brasil e benefícios que o governo distribuiu. O crescimento do consumo surpreende num momento em que mais de 33 milhões de brasileiros e brasileiras passam fome diariamente e mais de 60 milhões enfrentam algum tipo de insegurança alimentar.

ESTRATÉGIA –  Malu Mões e Jeniffer Gularte, O Globo de quinta-feira, publicaram um novo posicionamento que o ex-presidente Lula pretende adotar , desta vez acusando Jair Bolsonaro de corrupção. A acusação tem base na aquisição de 51 imóveis por familiares de Bolsonaro nos últimos dez anos com dinheiro vivo e não através de cheques administrativos ou transferências bancárias. Afinal, transportar dinheiro vivo é cada vez mais arriscado.

Na mesma edição, Aguirre Talento, Daniel Gullino e Patrick Camponez destacam a compra de uma mansão em Brasília por Ana Cristina, ex-mulher de Bolsonaro, por um preço que ela disse ser de R$ 980 mil, embora o imóvel tenha um valor de mercado de R$ 2,9 milhões.

Pelas fotos, comprova-se que a mansão não pode custar o valor apresentado.

Pedro do Coutto é jornalista.

Enviado por André Cardoso – Rio de Janeiro (RJ). Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


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