Por Iata Anderson –

Me pareceu proveitosa a estreia de Paulo Souza, no Flamengo, com boa vitória sobre o arrumadinho, bem trabalhado time do Boavista, ao lado do Nova Iguaçu e Madureira os times mais bonitos do segundo escalão, chamemos assim.

Hugo deverá ser o titular do gol, depois que passou momentos ruins, na vida pessoal, parece ter aprendido a lição para dar novo rumo à carreira.  Tem tudo para se fixar como titular por muitos anos. Marinho, tirando sua indisfarçável ansiedade parecia estar fazendo seu último jogo, quando era somente o primeiro. Tem futebol e cara de Flamengo, de ídolo também. Excelente partida de Vitinho. Fosse mais centrado seria seleção fácil, tem futebol e preparo para tanto. Mas, às vezes, pensa errado. No mais, é dar tempo ao tempo e ver que diabos leva um jogador a usar calção arregaçado e apertadinho nas coxas, cabelo pintado, braço enfaixado (cópia de Benzema , que lançou essa idiotice há muito tempo) e tantos gols perdidos. Muita gente querendo uma chance nessa na vida e não tem. Não precisou muito tempo para o primeiro clássico e os defeitos apareceram. O Flamengo virou freguês do Fluminense, sempre dando a impressão de domínio para perder, na final, quase sempre por 1×0. Virou tabu. Não posso falar mais nada pois mudei de canal para ver a vitória apertadinha do Real sobre o Granada, que valeu a distância de seis pontos para o Sevilha, que empatou. O que vi foi suficiente para me prometer não ver mais jogos do cariocão (coisa horrível), como resolveram chamar o outrora mais charmoso do país. E O Hugo teve uma recaída, pelo menos no gol. Não dá para ver mais árbitro tomando blitz, quase foi expulso, “xerifes” aos montes, em campo e do outro lado um bando de frouxos levando porrada. Torcedor do Flamengo não gosta desse tipinho.

Às vezes tenho muita saudade do Almir Pernanbuquinho.

A seleção do Tite que, repito, considero ultrapassado, venceu bem seu antepenúltimo jogo, aplicando uma sonora goleada no Paraguai, desculpe o inevitável trocadilho, com futebol paraguaio, nada a ver com aqueles times do passado, que deram tantos e vitoriosos jogadores ao Brasil, e especial ao Flamengo, como Garcia, Bria e Benitez, Romerito, Gamarra, Arce, Enciso, Rivarola, Gómez (Palmeiras), Gatito Fernández. É um bom time, diriam os mais otimistas. Sim, um bom time, muito jovem, é só encaixar o Neymar e tudo resolvido, finalmente o hexacampeonato. Não será assim, sabemos disso, ainda falta muita coisa a ser definida, como o time titular, por exemplo. É perigoso fazer o que aconteceu na transmissão do jogo, pela TV. Aliás, parecia mais um velório. Aquela euforia das vitórias, uma média com a torcida, tudo resolvido.

Uma estratégia que deu certo por muito tempo, que o torcedor de hoje sabe que a história é bem diferente do que vai ao ar. O povo não é bobo.

O Hilal, grande campeão da Arábia Saudita, aplicou a maior goleada da história do campeonato mundial de clubes, na nova versão. Foi muito bom ver o gigante saudita jogando como gente grande, quando sabemos da dificuldade do futebol local em formar grandes equipes, com a inflação mundial, superdimensionando jogadores normais em grandes estrelas. Deu saudade da nossa passagem por Riyad, na temporada 1990-91, até o início da Guerra do Golfo, de triste memória. Ter visto Majed Abdala, considerado o maior jogador árabe de sua geração, Saleh Naema, baita zagueiro, o lateral esquerdo Abduljawad e tantos outros jogadores maravilhosos valeu a pena.  Lamento a falta de profissionalismo dos atuais narradores e comentaristas de TV, que não se preocupam em ajustar a pronuncia de outros  idiomas, coisa que qualquer cidadão poderia ajudar.

Ouvir “Mohaméd”, “Caléd”, dói nos ouvidos de qualquer um.

Mundial de Clubes: Al Hilal vence Al Jazira e enfrenta Chelsea na semifinal

Imperdoável ver um árbitro (Vagner do Nascimento Magalhães) com tantos anos apitando, ir a campo com uniforme todo preto, e um dos times (Madureira) todo de azul marinho e ninguém, muito menos ele, que nem deveria ter começado o jogo, pedir para trocar pelo menos a camisa, uma amarela, por exemplo. Conheço e torço pelo trabalho do diretor do departamento de árbitros da FEERJ, José Carlos Santiago, que não pode, sabemos, estar em todos os campos. O Vasco venceu bem, é líder e fez um golaço, o primeiro, com Pec sobrando categoria.

Depois mudei de canal.

IATA ANDERSON – Jornalista profissional, titular da coluna “Tribuna dos Esportes”. Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como as Organizações Globo, TV Manchete e Tupi; Atuou em três Copas do Mundo, um Mundial de Clubes, duas Olimpíadas e todos os Campeonatos Brasileiros, desde 1971.


Tribuna recomenda!