Por Indianarae Siqueira –
Somos todes iguais? somos todes igualmente respeitades?
O número de crimes LGBTQIA+fóbicos crescem e se espalham cada vez mais por todo o Brasil e parecem nos mostrar que não, não somos. Muitos desses crimes são impulsionados pela falsa perspectiva de liberdade de expressão defendida e disseminada pela boca de criminosos que estão em lugares de poder e que desrespeitam os direitos humanos diariamente com declarações que incentivam o ódio, a intolerância, o preconceito e a desumanização de corpos que estão sendo cada vez mais violentados e mortos.
Em 2020 foram mais de 175 pessoas TransVestiGêneres mortas e só no primeiro semestre de 2021, já foram 89 pessoas TransVestiGêneres mortas no país, sendo 80 assassinatos e 9 suicídios, além de terem também ocorrido 33 tentativas de assassinato e 27 violações dos direitos humanos.
Por isso, é preciso falar dessas agressões e dessas mortes, lembrarmos dessas vidas que se foram e continuar cobrando por respostas e punições!
O caso da agressão à Luara Silva, mulher trans e presidente da Associação Triângulo Trans, organização que promove ações de acolhimento para pessoas que fazem parte da comunidade LGBTQIA+. que estava distribuindo absorventes e máscaras à prostitutes que exercem seu trabalho no bairro Custódio Pereira em Uberlândia quando foi abordada por um homem que violentamente a chutou, jogando-a no chão. A ação foi toda filmada pelo agressor com a ajuda de um comparsa de dentro de um carro, no qual os participantes do crime covardemente fogem após realizá-lo, à gargalhada na certeza da impunidade.
Outro caso é a morte de Luís Binho, homem gay, preto e morador da comunidade da Maré, no Rio de Janeiro. O corpo de Luís foi encontrado com marcas de facadas (com a faca cravada no pescoço) em sua casa na última quarta-feira, dia 20 de outubro, e foi removido sem perícia, se tornando mais uma tragédia que retrata perfeitamente a cruel realidade da violência LGBTQIA+fóbica no país.
Há mais ou menos 1 mês atrás foi a vez da travesti e profissional do sexo Hevelyn Montine Santos ser brutalmente morta à tiros após ser abordada por um homem de carro no local onde realizava seus programas em Rio Verde, Goiás. Após a divulgação de imagens das câmeras de segurança, o assassino confessou o crime mas não teve a identidade divulgada além de estar respondendo em liberdade, enquanto isso familiares e amigos choram a perda de Hevelyn que foi encontrada, já morta, numa zona rural da cidade.
Já em SP, após quase 1 mês da agressão física, sofrida pela atriz Luarah Cruz, uma mulher trans preta, que resultou no afastamento do agente que a agrediu da Guarda Civil Metropolitana (GCM) com a ajuda da CPI da Transfobia, tivemos também a morte de uma outra mulher trans na Zona Sul da cidade, próximo à Avenida Indianópolis, em um tradicional ponto de prostituição da cidade, o corpo da vítima foi encontrado com marcas de facadas e a sua identidade ainda não foi confirmada, o caso segue sendo investigado pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP)..
A CasaNem diz QUE VIDAS LGBTIA+ IMPORTAM e pede justiça pelas vidas e pela preservação da existência de pessoas LGBTQIA+. Que nos seja dado o direito mínimo de existir e que corpos LGBTQIA+ parem de ser violentados e perseguido diariamente pela sociedade cisheteromartiva, patriarcal, machista, racista, aporofobicoa, especicista, lgbtifobica, marionetes de um CIStema que é o grande culpado por trás de todas essas atrocidades.
STOP A LGBTIFOBIA!
INDIANARAE SIQUEIRA – TransVestiAgenere, pute, ateie, vegane, presidente do Grupo Transrevolução-RJ, da REBRACA LGBTIA+, coordenadora do PreparaNem, Casa Nem Abrigo LGBTIA+, Rede Brasileira de Prostitutas, Fórum TT RJ e Coletivo Davida.
SIRO DARLAN – Editor e Diretor do Jornal Tribuna da imprensa Livre; Juiz de Segundo Grau do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ); Mestre em Saúde Pública, Justiça e Direitos Humanos; Pós-graduado em Direito da Comunicação Social na Universidade de Coimbra (FDUC), Portugal; Coordenador Rio da Associação Juízes para a Democracia; Conselheiro Efetivo da Associação Brasileira de Imprensa; Conselheiro Benemérito do Clube de Regatas do Flamengo. Em função das boas práticas profissionais recebeu em 2019 o Prêmio em Defesa da Liberdade de Imprensa, Movimento Sindical e Terceiro Setor, parceria do Jornal Tribuna da Imprensa Livre com a OAB-RJ.
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