Redação –
O presidente Jair Bolsonaro confirmou neste sábado (10) que se encontrou com o deputado Luís Miranda (DEM-DF), ouviu as denúncias sobre as irregularidades nos contratos das compras da vacina Covaxin e não deixou claro se tomou ou não providências.
“Eu tenho reunião com cem pessoas por mês, não posso simplesmente tomar qualquer providência das coisas que chegam pra mim [sic]”, disse em entrevista à Rádio Gaúcha após participar de uma “motociata” com apoiadores em Porto Alegre -RS.
O deputado Luís Miranda e o seu irmão, Luis Ricardo Miranda, servidor de carreira do departmento de Logística do Ministério da Saúde, afirmam que denunciaram pessoalmente ao presidente Bolsonaro um suposto esquema de corrupção na negociação de doses da vacina indiana Covaxin.
Foi a primeira vez que o presidente assumiu que obteve as denúncias de Luís Miranda. Na quinta-feira (8), Bolsonaro recebeu uma carta da cúpula da CPI da Covid pedindo que ele se explicasse sobre as afirmações dos irmãos, mas usando palavras de baixo calão, o presidente disse que não ia responder. “Caguei para a CPI”, afirmou.
Neste sábado, ele disse que “não tem obrigação” de responder o documento enviado pelos senadores, e se referiu ao presidente da Comissão, Omar Aziz (PSD-AM), o vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), como “ os três bandidos”.
O Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura do processo de investigação por suposto crime de prevaricação cometido pelo presidente por ter recebido as denúncias e não tomar as atitudes necessárias, ferindo as leis que regem a administração pública.
Leia também: CPI da Covid terá núcleo de investigação de fake news
***
41 voluntários auxiliam a CPI na checagem de fatos
Foi durante o depoimento do ex-secretário de Comunicação da Presidência da República Fábio Wajngarten que o relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), sentiu a necessidade de ter um assessoramento que lhe permitisse a checagem das declarações dos depoentes em tempo real. Wajngarten falava e, nas redes sociais, começavam a pipocar postagens que desmentiam o que ele dizia. Muitas delas Renan aproveitou para confrontar o depoimento. O que lhe levou mesmo a uma altercação com o presidente da CPI, Omar Aziz(PSD-AM). Renan queria que Aziz desse voz de prisão a Wajngarten por perjúrio e ele se recusou a fazer isso.
Ao final do depoimento, Renan concluiu que precisava ter de forma mais orgânica e eficiente um mecanismo de checagem que o assessorasse nos depoimentos. Que conseguisse de forma organizada e o mais imediata possível rebater declarações falsas, distorcidas ou incorretas.
Foi requerida à Mesa do Senado, então, a contratação de uma agência de checagem de fatos. O pedido, porém, foi negado. Renan tentou, então, receber o assessoramento de jornalistas do próprio quadro da Secretaria de Comunicação do Senado que eventualmente checam e desmentem informações falsas a respeito da instituição. Também não conseguiu. A saída encontrada foi organizar um grupo de voluntários que já começava a se apresentar para auxiliar nas investigações.
De forma voluntária, a equipe de Renan organizou um grupo de 41 voluntários que checam em tempo real as informações dos depoentes. O grupo reúne-se pelo Telegram. À medida que os depoentes falam na CPI, eles vão fazendo a checagem e informam ao relator da CPI as inconsistências para que Renan as rebata.
O grupo de voluntários é formado por pessoas com boa experiência na navegação pela internet, que já trabalham com isso de forma individual ou para instituições e que resolveram auxiliar a CPI pela importância que reputam à apuração dos fatos relativos à pandemia da covid-19.
A solução voluntária para a checagem das declarações dos depoentes é algo decorrente de certa insatisfação que o núcleo da CPI vem sentindo com relação ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Integrantes da equipe mais próxima do relator, Renan Calheiros, do presidente Omar Aziz e do vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), reclamam que Pacheco tenta como pode atrapalhar os trabalhos. Desde o início, quando não queria instalar a CPI e acabou obrigado a isso por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo as reclamações, Pacheco inicia sessões no momento em que depoimentos estão acontecendo a esquentam, obrigando paralisações. E não leva adiante pedidos como o da contratação da agência de checagem. O que obriga à busca de soluções como a criação do grupo voluntário.
Fonte: Congresso em Foco
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MAZOLA
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