Por Brunno Guedes –
Sábado, dia 17, comemoramos internacionalmente o dia do Malbec! E, por isso, falaremos esta semana de uma família que, há quatro gerações, transforma paixão em vinho.
Tudo começa por volta de 1912 quando os ancestrais chegaram da Espanha e da Itália e se estabeleceram diretamente em San Rafael, Argentina, para se dedicar a cultivar e fazer vinhos. Coincidentemente, a casta que mais plantavam era o Malbec. Essa casta se adaptou muito bem na região, pois souberam aliar o amor pelo trabalho da terra ao esforço necessário para progredir. O cuidado pessoal e profissional somado às tipicidades do terroir confere aos vinhos características únicas e incomparáveis.
Localizada nos arredores de San Rafael, está a beleza singular desta bela bodega que agrada pelo céu límpido e água transparente típica do degelo da Cordilheira dos Andes. É ali, ao sul da província de Mendoza que, em 1976, o enólogo Alfredo Roca se estabeleceu para se dedicar ao cuidado de seu vinhedo. Atualmente seus filhos fazem parte da liderança da empresa, que conseguiu se adaptar ao mercado atual com tecnologia de ponta, posicionando-se como referência na região.
Vale conhecer a adega Alfredo Roca, que foi construída originalmente em 1905 e sua estrutura principal foi mantida até os dias de hoje.
Com uma grande produção de vinhos, a Argentina tem inúmeras castas que são cultivadas no país. Lá você poderá encontrar praticamente todos os estilos de vinho com facilidade: tintos, brancos e rosés. Para auxiliar os amigos do TRIBUNA a conhecer um pouco melhor sobre essas variedades que o país vizinho oferece, vamos falar dos vinhos e o que você deverá encontrar neles.
Vamos aos vinhos
Alfredo Roca Chardonnay
Safra 2020
Álcool: 13,1%
Casta: 100% Chardonnay
País / Região: Argentina / Mendoza/ San Rafael
Amadurecimento: sem passagem por madeira.
Visual: cor tons de palha com reflexos verdeais se estendendo pelos belos aromas de frutas cítricas frescas lembrando abacaxi.
Boca: boa acidez e corpo leve.
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Alfredo Roca Pinot Noir
Safra:2019
Álcool: 13,7%
Casta: 100% Pinot Noir
País / Região: Argentina / Mendoza/ San Rafael
Amadurecimento: 8 meses em barris de carvalho francês.
Visual: Cor cereja predominante com aromas florais.
Boca: Equilibrada pela passagem em madeira conferindo-lhe uma persistência típica de um bom Pinot Noir.
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Alfredo Roca Syrah
Safra: 2019
Álcool: 13,6%
Casta: 100% Syrah
País / Região: Argentina / Mendoza/ San Rafael
Amadurecimento: 10 meses em barris de carvalho francês.
Visual: Cor rubi predominante com belo brilho. Aos poucos, revela-se aromas de frutas negras e notas terrosas.
Boca: Belo gosto de tabaco e couro com taninos doces.
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Alfredo Roca Cabernet Sauvignon
Safra: 2018
Álcool: 14,2%
Casta: 100% Cabernet Sauvignon
País / Região: Argentina / Mendoza/ San Rafael
Amadurecimento: 8 meses em barris de carvalho francês.
Visual: A cor rubi se revela de forma intensa, dando passagem para os aromas de frutas vermelhas bem maduras como cereja e morango.
Boca: Apresenta-se de forma fina e bem estruturada; seco; notas de pimenta.
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Alfredo Roca Malbec
Safra: 2019
Álcool: 13,8%
Casta: 100% Malbec
País / Região: Argentina / Mendoza/ San Rafael
Amadurecimento: 9 meses em barris de carvalho francês.
Visual: A cor bordô se apresenta de forma vívida evoluindo para os aromas de ameixa.
Boca: Apresenta bom volume, com taninos macios redondos, notas de ameixa e toque de cacau.
Onde encontrar esses vinhos na cidade do Rio de Janeiro?
Até a próxima semana! Dúvidas? Fale com o sommelier!
BRUNNO GUEDES é sommelier master, empresário e Ceo da VinoArt©. Formado pela Associação Brasileira de Sommeliers (ABS/RJ), possui o nível I da International Sommelier Guild, uma das mais respeitadas escolas de sommeliers do mundo, além do certificado IBRAVIN – Qualidade na taça 2015. Lecionou no Senac do Rio de Janeiro, foi consultor do Empório Cadeg, é colunista especializado em vinhos do jornal Tribuna da Imprensa Livre e já conta com mais de 15 anos de experiência no mercado.
Brunno, quando o assunto é Malbec argentino, nós até esquecemos as rixas com os hermanos e damos as mãos. Esse vinho virou um dos preferidos aqui no Brasil. Abraço
Marco, Brunno e leitores do site, é comum muitos novos consumidores começarem suas aventuras no vinho a partir da Malbec. Isso acontece por serem rótulos fáceis de serem encontrados no Brasil e por conta de terem um caráter frutado, ótimo para os paladares mais sensíveis. Eu bebo sempre, gosto de vários rótulos, inclusive nacionais.
Interessante saber que a data surgiu com o objetivo de desenvolver a indústria vinícola da Argentina. O país vizinho despontou como grande produtor de vinhos desta uva, apesar de ser francesa.
A Malbec começou a ganhar espaço no Chile há cerca de duas décadas. No passado, a casta era utilizada apenas para melhorar mesclas, dar cor, porém nunca foi considerada uma variedade para produzir um vinho varietal. Em 2015, um rótulo chileno conquistou o título de melhor vinho Malbec no Guia Descorchados, considerado o maior e mais completo guia de vinhos da América do Sul.
Sou filho e Neto de italianos produtores de uvas e vinhos e quero destacar a qualidade do Malbec da região dos Campos de Cima da Serra do Rio Grande do Sul, que inclusive tem muita evidência entre os entendedores do assunto. Parabéns Brunno, ótimo texto.
Brunno Guedes, essa é para os interessados que lêem sua coluna: antes de conhecer sobre cada tipo de uva, é importante saber também sobre um dos fatores que mais diferencia os sabores entre cada uma delas: a presença de Tanino.. E a Malbec produz vinhos encorpados, com agradável presença de taninos e aroma de frutas vermelhas e violetas. Anotem e abraços
Apesar da origem francesa, o primeiro vinho feito 100% com uvas Malbec foi produzido por Nicolas Catena na Argentina, que hoje é a principal produtora mundial. Viva Malbec!
Com tanta versatilidade e potencial para a produção de vinhos elegantes e suculentos, pergunto ao colunista dessa Tribuna qual seu rótulo de Malbec nacional favorito?