Por Bolivar Meirelles

Luzes! A ribalta iluminou!
Cortinas abertas!
Espetáculo começou!
Tudo nessas festas…

Tem juízes lavajatistas,
Generais entreguistas,
Miseráveis aos montes,
Até…tem artistas.

O espetáculo começou!
Tem Terra plana,
Miséria, falta de grana,
Mortes aos montes.

Tem cruzes,
Muitas delas sacrifício
Mortes nas fontes,
Nas casas, em hospitais.

Querer não posso,
Capitão irresponsável!
Saúde com militares!
Cientistas aos mares!

Afogados! Bem distante!
As lutas! As lutas!…
Mendigos nas ruas…
Miséria! Miseráveis!

Bairros simples!
Bairros nobres!
Nobreza sem nobreza
Almoço sem sobremesa.

Esfaimados pelas ruas…
Mortes! Mortes!
Muitas mortes!
Poetas, Compositores…

Morrem simples pessoas
Morrem pessoas simples
Morrem astros e atores
Nessa guerra civil…

Militares? Poucos…
Morrer não morrem…
A Guerra é civil.
Sistema Único de Saúde.

Profissionais de saúde!
Mortes “a valer”!
Heróis brasileiros!
Heróis “estrangeiros”!

Na saúde?
Militares aos montes.
Dando ordens apenas…
Vidas serenas.

Sem ciência e medicina
Sem logística,
Sem critério,
Só mesmo cemitério.

A vacina chegando!
Em crise ainda…
Sem remédio.
Abaixo Cloroquina!

Assim…”se vão os dias”…
“Os dias e as semanas”…
Boleros memoráveis.
Pensar… interminável…

Reconstruir
O Estado Nacional.
Cortinas fechadas,
Luzes apagadas…

Novo espetáculo!
Enfrentamento…
Construir
Luta e pensamento.


BOLIVAR MARINHO SOARES DE MEIRELLES – General de Brigada Reformado, Cientista Social, Colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre, Mestre em Administração Pública, Doutor em Ciências em Engenharia de Produção, Pós Doutor em História Política, Presidente da Casa da América Latina e Colunista do Caminhando Jornal TV (TVC-Rio).