Redação

A juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, foi morta na noite de Natal (24/12) a facadas pelo ex-marido, o engenheiro Paulo José Arronenzi. Ele foi preso em flagrante e levado para a delegacia.

Viviane integrava a magistratura do Rio de Janeiro havia 15 anos. Atualmente, trabalhava na 24ª Vara Cível da capital. Antes, atuara na 16ª Vara de Fazenda Pública.

O crime ocorreu na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. As três filhas do casal presenciaram o fato. Segundo o site G1, Viviane já havia feito registro de lesão corporal contra o ex-marido e chegou a ter escolta policial concedida pelo TJ-RJ.

Em nota de pesar, o tribunal disse que lamenta profundamente a morte da juíza, vítima de feminicídio. Já a Associação Nacional de Desembargadores (Andes) Mulher manifestou repúdio ao hediondo crime e reforçou o compromisso de combater, veementemente, a terrível pandemia de violência contra a mulher, sobretudo as mais vulneráveis.

“A Andes Mulher pretende encampar a proposta de mudança na legislação vigente, para majorar as penas dos crimes de misoginia cometidos contra a mulher magistrada ou agente da lei, pois tais ilícitos ocasionam insegurança pública”, informou em nota, assinada pela desembargadora do TJ-RJ, Lúcia Passos.

A Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj) e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) divulgaram nota de pesar e repulsa por crime tão brutal.

“A Amaerj está à disposição da família, com quem já estamos em contato. A doutora Viviane Amaral não será esquecida. Conversei esta noite com o secretário de Polícia Civil do estado do Rio, delegado Alan Turnowski. Também falei com o delegado Pedro Casaes, que esteve no local do crime. Posso afiançar: esse crime não ficará impune. O feminicídio tem o repúdio veemente da sociedade brasileira. O Brasil precisa avançar. O que ocorreu nesta quinta-feira na Barra da Tijuca é absolutamente inaceitável”, afirmou o presidente, Felipe Gonçalves.

A presidente da AMB, Renata Gil, manifestou sua indignação e repulsa ao ato criminoso. “Nossa solidariedade aos familiares e amigos da juíza estadual Viviane Arronenzi, assassinada brutalmente, supostamente pelo ex-marido. O feminicídio é o retrato de uma sociedade marcada ainda pela violência de gênero. Precisamos combater este mal”, declarou a magistrada, que presidiu a Amaerj de 2016 a 2019.


Fonte: ConJur