Por Luiz Carlos Prestes Filho –
Para o médico Matheus Borges, a decisão de apresentar seu nome como pré-candidato a vereador da cidade de Itaboraí, veio porque, como profissional da saúde ele conhece a dor das pessoas: “Me incomoda ver tanta gente em filas aguardando cirurgias, por conta da demanda reprimida. Quantos de nossos terminam morrendo sem conseguir operar! Quero atuar promovendo mutirões de cirurgias em finais de semana para diminuir e até acabar as filas.” O candidato acredita que Itaboraí que tem os rios Macacu e Caceribu, a Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapi-Mirim e a Estação Ecológica da Guanabara pode e deve realizar ações de valorização do Meio Ambiente para promover um desenvolvimento econômico sustentável. Nesta entrevista, exclusiva para o jornal Tribuna da Imprensa Livre, Matheus Borges, não esquece do tema Cultura: “Temos o privilégio ter como filhos da cidade o teatrólogo João Caetano, o romancista Joaquim Manoel de Macedo, além do Visconde de Itaboraí, entre outros. Desejo criar Projetos de Lei que fomentem o Meio Ambiente e a Cultura.”
Luiz Carlos Prestes Filho: Qual a sua visão estratégica de Itaboraí?
Matheus Borges: Vejo Itaboraí como uma cidade muito bem localizada, pois passa por ela uma estrada federal, que liga o Norte ao Sul do Brasil. Estamos ligados ao Arco Metropolitano e a rodovia Niterói Manilha. Temos fácil e imediato contato com os dois principais Portos do Rio de Janeiro. Somos uma cidade plana e totalmente adequada para servir de Porto Seco para os serviços de armazenamento e de distribuição de cargas. Claro que podemos fornecer, a baixo custo de transporte o que fabricamos. Fazemos diferença. Estamos num ponto estratégico. Não é por acaso que aqui está se consolidando o Polo Petroquímico, através do qual vamos fomentar a indústria e o comércio em todas as cidades adjacentes.
Prestes Filho: O tema do Meio Ambiente e da Cultura são importantes para o desenvolvimento dos programas e projetos governamentais?
Matheus Borges: Itaboraí tem os rios Macacu e Caceribu, ambos passam pela Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapi-Mirim, onde fica a Estação Ecológica da Guanabara. Nesse lugar maravilhoso é comum ver lontras, onças, jacarés de papo-amarelo, entre outros animais. Entendo que é uma área que poderia ser mais explorada para turismo ecológico. Sobre o tema Cultura, destaco que temos o privilégio ter como filhos da cidade o teatrólogo João Caetano, o romancista Joaquim Manoel de Macedo, além do Visconde de Itaboraí, entre outros. Desejo criar Projetos de Lei que fomentem o Meio Ambiente e a Cultura, gerando desenvolvimento econômico na cidade. Temos muitos talentos jovens na área da música, das artes plásticas e da literatura que devem ser apoiados e muitos outros a serem descobertos. O gestor público deve colaborar com os produtores culturais criando editais e projetos. Também, buscando investimentos estaduais e federais disponíveis na secretarias estaduais e nos respectivos ministérios.
Prestes Filho: As atividades esportivas no município podem ser ampliadas?
Matheus Borges: Acredito que o esporte é um instrumento que colabora para direcionar os jovens para atividades saudáveis. Abrindo caminhos para que se possa resgatar pessoas da criminalidade e das drogas. Temos que levar o esporte para todos os nossos bairros, em especial, para aqueles da periferia. Desejo trabalhar para fortalecer a infraestrutura esportiva nas praças e nas escolas municipais. Claro, sempre valorizando os profissionais de educação física. Temos muitos núcleos sociais que através do esporte podem melhorar a qualidade de vida.
Prestes Filho: Porque disputar uma vaga de vereador em Itaboraí?
Matheus Borges: Cresci em Itaboraí, aqui escolhi para viver e para trabalhar, por amar essa cidade. Por ver a falta de atenção dada pelos gestores públicos para com a população, resolvi colocar meu nome como pré-candidato a vereador. Pretendo legislar ouvindo as pessoas. Buscando atender aos anseios da nossa população, priorizando temas como saúde e educação. Claro que os temas casa própria e do crescimento desordenado tem minha atenção. Itaboraí cresce em algumas áreas sem planejamento, locais onde os agentes políticos, para não perderem votos, acabam fazendo “vista grossa”. Temos que erguer conjuntos habitacionais para a população de baixa renda, promover a regulamentação fundiária para proteger os trabalhadores dos especuladores.
Prestes Filho: Sua formação profissional é um diferencial político?
Matheus Borges: Como sou médico, conheço bem a dor das pessoas. Me incomoda ver tanta gente em filas aguardando cirurgias, por conta da demanda reprimida. Quantos de nossos terminam morrendo sem conseguir operar! Quero atuar promovendo mutirões de cirurgias em finais de semana para diminuir e até acabar as filas. Vou trabalhar para que o município melhore o atendimento na saúde básica, somente assim poderemos desafogar os hospitais, evitar o caos. Conheço a precariedade dos nossos Postos de Saúde. A Prefeitura Municipal tem que ter programas para atendimento privilegiado aos portadores de deficiências e idosos. Por outro lado, temos que buscar oferecer medicamentos a preços acessíveis. Mas quando falo de saúde, penso na minha formação e, consequentemente, no tema: educação. Após a faculdade, nós médicos temos que fazer a residência. Ou seja, nunca paramos de estudar. Por isso, entendo que melhorar a infraestrutura das escolas municipais é fundamental. Sou defensor da educação integral. As escolas tem que ser a segunda casa das nossas crianças. Além de bibliotecas e quadras esportivas, temos que ter um espaço para a saúde dentro de cada uma. Quem sabe, trazer o idoso para o convívio com as crianças? Idoso não terá uma vida saudável sem atividades sociais, culturais e exercícios físicos.
Prestes Filho: O Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDIM) tem realizado um amplo trabalho para implantação de projetos que melhore as condições de vida das mulheres fluminenses. Este tema terá espaço na sua agenda?
Matheus Borges: Sem dúvida alguma, devemos combater a violência doméstica, o feminicídio. Também, oferecer proteção para aquelas que estiverem vulneráveis. Penso que as conselheiras do CEDIM devem visitar a nossa cidade e apresentar demandas. Por ser uma estrutura autônoma, terá isenção para apresentar propostas transformadoras. Volto a falar como médico. O município precisa ter um hospital exclusivo para as mulheres e seus filhos – o Hospital da Mulher. Não podemos atender mulheres grávidas, ou aquelas que tem filhos recém nascidos, em hospitais com toda sorte de doenças.
Prestes Filho: Sua família tem experiência política?
Matheus Borges: Meu pai, Lucas Borges, concorreu a três eleições para vereador, foi vitorioso em todas elas. Inclusive, foi o mais votado nas duas últimas. Ele foi presidente da Câmara de Vereadores de Itaboraí por duas vezes. Minha mãe, Márcia Christina Amado Serpa Borges, concorreu para vice prefeita na eleição de 2016. Durante 20 anos acompanho meu pai na política. O exemplo dele, que é militar, me motivou. Vejo o quanto ele já contribuiu para mudar positivamente a vida de muitas pessoas. Como sou médico, entendo que poderei ajudar mais ainda a nossa população. Morei nos Estados Unidos das Américas (EUA) durante um tempo. Conheço bem modelos de gestão na saúde, acredito que minha formação e conhecimentos, vão poder ajudar a melhorar a vida da nossa população. Sou muito grato a Deus por ter me formado médico aos 24 anos. Tenho a certeza de que poderei inspirar muitos jovens a sonhar com um futuro digno.
Prestes Filho: O processo eleitoral é importante para o fortalecimento da democracia?
Matheus Borges: As eleições, em especial as municipais, oferecem a possibilidade para a sociedade escolher os seus representantes de forma democrática. Esse sistema tem que ser fortalecido, pois temos que incentivar cada vez mais a liberdade de expressão, o respeito as diferenças, para termos uma sociedade mais igualitária. Temos que saber dialogar com os sindicatos e as associações, ouvir a voz do povo.
LUIZ CARLOS PRESTES FILHO – Cineasta, formado na antiga União Soviética. Especialista em Economia da Cultura e Desenvolvimento Econômico Local, colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre. Coordenou estudos sobre a contribuição da Cultura para o PIB do Estado do Rio de Janeiro (2002) e sobre as cadeias produtivas da Economia da Música (2005) e do Carnaval (2009). É autor do livro “O Maior Espetáculo da Terra – 30 anos do Sambódromo” (2015).
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