Redação –
O presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, condicionou a permanência de servidores do órgão à deduragem de “esquerdistas” e chamou o movimento negro de “escória maldita” que abriga “vagabundos”.
As declarações foram feitas em reunião fechada realizada em 30 de maio, cujo áudio foi divulgado nesta 3ª feira (2.jun.2020) pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Na gravação, Camargo reclama do período em que ficou impedido de exercer a presidência da fundação, que é ligada à Secretaria Especial da Cultura, devido a decisões judiciais. Ele fala que seu aparelho de celular, que teria ficado na sede da fundação, sumiu e atribui o desaparecimento à ação de “vagabundos do movimento negro“.
“Eu exonerei 3 diretores nossos. Qualquer 1 deles pode ter feito isso. Quem poderia? Alguém que quer me prejudicar, invadir esse prédio para me espancar, invadir com a ajuda de gente daqui. O movimento negro, os vagabundos do movimento negro, essa escória maldita”, disse.
“Esses filhos da puta da esquerda não admitem negros de direita. Vou colocar meta aqui para todos os diretores, cada um entregar um esquerdista. Quem não entregar esquerdista vai sair. É o mínimo que vocês têm que fazer“, ameaçou Camargo em outro trecho.
O presidente da fundação, que tem como 1 de seus objetivos a preservação da memória étnica brasileira e foi batizada em homenagem a Zumbi dos Palmares (líder da resistência negra à escravidão), também critica o patrono da instituição em outro momento da reunião e o chama de “filho da puta que escravizava pretos“.
“Não tenho que admirar Zumbi dos Palmares, que, para mim, era 1 filho da puta que escravizava pretos. Não tenho que apoiar agenda de consciência negra. Aqui não vai ter, vai ter zero da consciência negra. Quando cheguei aqui, tinham eventos até no Amapá, tinha show de pagode no dia da consciência negra“, declarou.
Em nota ao Estadão, Camargo disse que a gravação da reunião foi “ilegal” e que a Fundação Palmares está em “sintonia” com o governo Bolsonaro, sob novo modelo de comando, voltado para a população “e não apenas para determinados grupos que, ao se autointitularem, representantes de toda população negra, histórica e deliberadamente se beneficiaram do dinheiro público”.
As declarações contra o movimento negro surgem em 1 momento em que protestos iniciados nos Estados Unidos e que já se espalham por outros países empunham bandeiras contra o racismo. A onda de manifestações teve início como reação à morte de 1 segurança negro depois de ser asfixiado por 1 policial branco, em Minneapolis.
Camargo, que se define no Twitter como “negro de direita, antivitimista, inimigo do politicamente correto” já havia sido alvo de críticas por manifestações contra pautas antirracismo, criticando, por exemplo, o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro.
Fonte: Poder360
MAZOLA
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