Por Miranda Sá

Assistimos no filme “E se Fosse Verdade”, dirigido Mark Waters, uma comovente, mas divertida comédia romântica, estrelada pelos premiados artistas Reese Witherspoon e Mark Ruffalo; e nos emocionamos com seu conteúdo.

O enredo trata da transmutação espiritual de uma médica que, em coma induzida tem a sua alma fora do corpo e aparece para um arquiteto possuidor de dons mediúnicos. A situação vivida entre os dois nos leva a pensar sobre a realidade da vida, influenciados pela herança cultural dos árabes que ocuparam a Península Ibérica, e nos inculcaram que o destino das pessoas está traçado do nascimento até a morte.

É o “maktub”, uma palavra camita que traduzida para o bom português significa “já estava escrito” ou “tinha que acontecer”.

Será? Quando menino, ouvi meu pai contar a história de um colega dele que viajando do Rio para Recife teve a premonição de que o avião iria cair e ele morreria. Nos tempos da Panair a viagem para o Nordeste era um pinga-pinga de capital em capital.

Assim, a aeronave aterrissou em Vitória, e o nosso personagem desembarcou indo direto para o Correio, onde escreveu um telegrama para a esposa tranquilizando-a no caso da queda do avião. Após fazer a correspondência, atravessando a rua foi atropelado e morreu.

Este fato que o meu pai garantia ser verdadeiro, nos faz acreditar no “maktub”, e, aceitável esta teoria, traz-nos a preocupação pelos sinais recebidos como presságios de futura ocorrência.

Entretanto, as sensações agourentas que tememos são minimizadas pelos antigos árabes que se precaviam dizendo que é melhor ficar sentado do que em pé, e é melhor estar deitado do que sentado; acreditavam que assim poderiam contornar os mal agouros.

A História, porém, persiste, registrando o caso do rei de Navarra que assumiu o trono francês como Henrique 4º. Conta que ele teve a intuição da própria morte se fosse ao Parlamento. Confidenciando a premonição para a mulher, Maria de Médicis, ouviu dela o pedido para que não deixasse o Palácio. Ele ficou e foi assassinado graças a uma trama da própria esposa, mandante do crime….

Foi surpresa? Na ficção está mais do que visto que a realidade é quem a produz. É de imaginar que os “Agentes do Destino” de outro filme, dirigido por George Nolfi com Matt Damon e Emily Blunt, tenham um caderninho escrito com os nomes de Bolsonaro e Lula.

Como imaginar que o brasileiro Bolsonaro, descendente de carcomamos nascidos em Anguillara, no nordeste da Itália, chegasse à presidência da República afirmando-se honesto para enganar os eleitores, e depois fazendo o que fez?

E o outro, menino nascido na localidade de Caetés, interior do Agreste Pernambucano chegasse em São Paulo e aprender a pelegagem com um tio comunista e viesse a se tornar o maior corrupto do País?

Pois bem. Maktub: Está escrito que os brasileiros despertarão contra a falsamente polarização ideológica entre estes dois picaretas, porque é inadmissível ver-se a continuação deste o cenário de filme de terror que o Brasil vive.

MIRANDA SÁ – Jornalista profissional, blogueiro, colunista e diretor executivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como a Editora Abril, as Organizações Globo e o Jornal Correio da Manhã; Recebeu dezenas de prêmios em função da sua atividade na imprensa, como o Esso e o Profissionais do Ano, da Rede Globo. mirandasa@uol.com.br

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